Isso porque, além de andar a cavalo, andar de bicicleta, brincar com os amiguinhos e assistir programas de jogos na TV, como qualquer outra criança, João Pedro tem uma condição especial: ele usa bengala e um andador para se locomover, pois teve uma má formação na coluna identificada com 18 semanas de gestação. “Chama-se Mielomeningocele. Nós fizemos uma cirurgia intrauterina com 26 semanas em São Paulo e foi onde ele nasceu”, conta a mãe, Daiane. “Essa má formação traz problemas nos membros inferiores”.
Mas isso não foi um problema para João no CEFF. “Ele se adapta rapidamente, busca formas de executar o que é solicitado, procura ultrapassar suas limitações, fica muito feliz em sentir-se incluso em tudo”, conta a mãe, orgulhosa de vê-lo se sair bem nos treinos. “Para nós, pais, é uma alegria imensa. Amor que transborda por saber que ele está se divertindo, sendo feliz, sendo criança e ultrapassando barreiras”. Mesmo com as limitações, os pais buscam impulsioná-lo na busca pelos seus sonhos.
“Enzinho”: Quem quer vencer dissolve as barreiras
Mas João Pedro não é a única criança com condições especiais que se destaca no esporte. O pequeno Enzo Ferreira Tartari, 7 anos, conhecido carinhosamente como “Enzinho”, também treina futsal na CEFF. O pequeno teve um problema desde a gestação que se chama 'Banda Aminiótica' e com 2 anos e 3 meses, foi decidido que a amputação de seu pé esquerdo seria a melhor opção para seu dia a dia.
“Ele nem percebe ter sua pequena limitação e tem a capacidade de se integrar com todos em curto tempo”, conta o pai, Etelvando Torres Tartari, ou ‘Guga’. Ele e a esposa, Fabiane dos Santos Ferreira Tartari, lembram-se da afeição de Enzo pelos esportes. “Desde que morava em Londres, ele acompanhava o irmão Gustavo em treinos de Jiu-Jitsu e futebol. O pai sempre foi envolvido com futebol aqui em Tubarão (OS GARGALOS nas quartas-feiras e ECUS em campeonatos) e sempre junto”.
Inicialmente, Enzo começou a treinar em outra escolinha de futebol e fazia aulas de boxe. “Tiramos de lá, pois pensávamos que o boxe seria melhor opção devido à sua deficiência. Mas não era o que ele realmente queria. Então ouvimos falar do CEFF e hoje ele é goleiro da Categoria Sub9 com apenas 7 anos”, conta o pai, orgulhoso.
Após treino, Enzo sempre retorna, faminto. Mas nunca para. Gosta de brincar com irmão, jogam futebol dentro de casa, jogos online e piscina. “Como pessoa, a evolução dele parte dele mesmo. Pois sabendo não ter o pé ele nunca olha para baixo, e sempre nos olhos da sociedade”, conta o pai, sobre a sensação de vê-lo evoluir. “Já referente ao esporte, agradeço demais quem esteve à frente dele. E hoje em especial toda equipe do CEFF”.
Sobre o CEFF
O CEFF é um centro de formação de atletas de futsal e futebol baseado em uma metodologia de treinos construída pelo Treinador Daniel Junior e o treinador Leonardo Aguiar. O foco do CEFF é a formação da atleta como cidadão e depois um atleta de rendimento. No CEFF, o lema é "deixem as crianças brincarem", pois essa é a principal das atividades no centro.
Segundo um dos diretores executivos do centro esportivo, Douglas Caetano, baseado nisso, a inclusão de crianças com algum tipo de limitação fica fácil e tranquila, como são os casos do menino João Pedro e Enzo. “Ambos dentro de suas limitações interagem nos treinos de forma que sua estada no centro seja alegre e descontraída, e realizando as funções determinadas devidamente adaptadas as suas virtudes”.
Douglas intera que no CEFF as limitações são entendidas de forma que o resultado competitivo não é o objetivo principal. “E se estas limitações podem fazer com que a criança participe de competições de rendimento ela vai competir, ela vai jogar, vai entrar em quadra. Por que ver a felicidade de uma criança em quadra já é uma conquista para as pessoas que fazem o CEFF”, complementa o diretor.
A chegada do menino João Pedro no CEFF nos plantou um sementinha para um novo projeto que se inicia suas atividades em agosto o instituto, o INSfut. “Importante dizer que muitas das coisas que realizamos são possível devido à estrutura e suporte que o ASES nos proporciona nesta parceria. E aqui nosso agradecimento a toda diretoria do ASES, em especial ao Presidente André, que abriu as portas”, conclui o diretor Douglas Caetano.