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10/12/2019 13h45

Caminhoneiros pressionam, mas governo descarta greve na semana que vem

Entidades que congregam os caminhoneiros não estão unidas pela paralisação, apesar de concordarem que exista insatisfação com a burocracia e a lentidão do governo. Palácio trabalha com hipótese pequena de a greve ser deflagrada
Caminhoneiros pressionam, mas governo descarta greve na semana que vem

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou na noite desta segunda-feira (9) que o governo continua disposto a dialogar com os caminhoneiros, a fim de evitar a paralisação que setores da categoria articulam para desfechar a partir da meia-noite da próxima segunda-feira. 


Conforme assegurou, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) mantém as portas do Ministério “abertas para o diálogo para essa classe importante de trabalhadores”. Por causa dessa disposição, o Palácio do Planalto acredita que é “pequena” a possibilidade de paralisação. 

“A preocupação do presidente Bolsonaro está no mesmo nível da do ministro Tarcísio. O governo tem acompanhado essa situação, procurando antecipar-se aos problemas e tomar as decisões mais adequadas para o país. Nós sabemos o quanto impactante é uma greve dos caminhoneiros para o viver, o dia a dia de uma sociedade. O próprio presidente reafirma seu apreço pela classe e ratifica esse apreço. O estabelecimento de diálogo é a melhor forma de dar soluções às demandas deles.”

A primeira ameaça de greve foi anunciada em novembro e voltou a ser cogitada por algumas lideranças. A decisão, porém, não está fechada na categoria. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) não a respalda, pois teria conotação política, na opinião de representantes de federações. A insatisfação com a burocracia e a demora do governo em solucionar as demandas, contudo, é comum a classes e seus comandos.

O Ministério da Infraestrutura garantiu que mantém, desde o início do atual governo, uma política de diálogo contínuo e bimestral com as entidades representativas de embarcadores, transportadores e caminhoneiros autônomos, por meio da retomada e da reformulação do Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Cargas (RTC) – cujo último encontro ocorreu semana passada, “para encontrar soluções a fim de melhorar a vida da categoria”. Foram abordados o piso mínimo do frete, o fortalecimento do cooperativismo, a criação do cartão combustível, o programa de saúde para os caminhoneiros e a inclusão dos pontos de parada e descanso como uma obrigatoriedade nos processos de concessão de rodovias federais, segundo a pasta, que também prometeu publicar, até 20 de janeiro, a proposta da tabela e o piso mínimo atualizados.


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Representante de caminhoneiros autônomos e um dos incentivadores da greve, Marconi França reclamou que o governo fica só na promessa. “Há 19 meses, desde a paralisação de 2018, não somos atendidos. O governo não faz nada para travar o preço do óleo diesel, não respeita o piso mínimo de frete. Deixou a categoria em condições de escravidão. O fórum é só enrolação. Na semana passada, tratou só de cooperativismo”, criticou.

França reafirmou a intenção da paralisação, agora com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Que o governo faça valer as nossas leis, da estadia, do vale pedágio, do descanso, do piso mínimo. Prometeram mil vezes implementar o Ciot (Código Identificador da Operação de Transportes) e, até agora, nada”, acrescentou. O Ciot é um sistema eletrônico que tem o poder de inibir o atravessador na cadeia de transporte, obrigando o pagamento do piso mínimo ao caminhoneiro. “Existe na lei desde 2011. A resolução está pronta, só falta vontade política.”

Norival de Almeida Silva, presidente da Federação dos Caminhoneiros de Carga Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens), lamentou a burocracia do governo, mas disse que sua entidade não apoia a greve. “O governo está ouvindo. A nova planilha do piso vai sair até 20 de janeiro, com atualização do custo dos fretes, por tipo de carga. Pelo nosso acordo, a cada vez que o diesel atingir variação de 10%, para cima ou para baixo, o valor é recomposto na tabela”, disse. “A manifestação é de base política”, completou.

O presidente da Federação dos Transportadores Autônomos de Cargas das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (Forte), José Araújo da Silva, o China, afirmou que a entidade que representa também não apoia a paralisação. “Mas eu não sou contra, porque são interesses da minha categoria. Foi feita uma greve e não resolveram nada. O governo empurrou com a barriga. O frete baixou e o óleo diesel aumentou em todas as cinco regiões do país. A greve já foi feita e nada está funcionando. Só prejudicou de lá para cá. A categoria está se acabando.”

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Fonte: CB
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