Acompanhado por milhões de pessoas ao redor do mundo via internet, o primeiro foguete tripulado de uma empresa comercial finalmente ocorreu na tarde deste sábado, 30.
O SpaceX Falcon, com a cápsula Crew Dragon, partiu às 16h22 (de Brasília) do Centro Espacial Kennedy, no estado norte-americano da Flórida.
Inicialmente programado para ocorrer na quarta-feira, o lançamento foi adiado em função das más condições climáticas. Agora, a expectativa é pela chegada à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) dos astronautas Bob Behnken, de 49 anos, e Douglas Hurley, de 53.
Ambos são ex-pilotos militares e entraram para a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) em 2000. Eles decolaram da histórica plataforma de lançamento 39A, a mesma usada pela Apollo 11 para chegar à Lua pela primeira vez na história.
Antes, já estiveram no espaço duas vezes, em ônibus espaciais. Estão entre os membros mais experientes da Nasa e, segundo a BBC, foram treinados como pilotos de testes, o que foi crucial para preparar a nova espalonave. Hurley já passou 28 dias e 11 horas no espaço, enquanto Behnken acumula 29 dias e 12 horas, incluindo 37 horas de caminhada espacial, ou seja, fora do veículo ou da estação.
Desde 2003, quando ocorreu desastre com o ônibus espacial Columbia em seu retorno à Terra, a Nasa abriu mão do transporte de tripulantes para a ISS. A partir de então, focou no desenvolvimento de aeronaves reutilizáveis que poderiam viajar pelo espaço e decidiu envolver empresas privadas no transporte de astronautas e cargas para a estação espacial.
A SpaceX é, ao lado da Boeing, uma das duas empresas escolhidas pela Nasa em 2014 para fazer o trabalho. Elon Musk fundou a companhia em 2002 com o objetivo de reduzir custos de transporte aéreo e, por extensão, viabilizar a colonização de Marte.
A SpaceX foi a primeira empresa privada a conseguir consistentemente retornar à Terra estágios do foguete a fim de serem reutilizados, e não descartados. Ela tem feito transportes regulares de carga para a ISS, e agora foi a vez de astronautas.
O lançamento, obviamente, não ficou imune à pandemia de COVID-19. Por conta do novo coronavírus, os tripulantes tiveram de permanecer em quarentena por mais de duas semanas. E foi pedido para que as pessoas não fossem a Cocoa Beach, o tradicional ponto de observação da subida de foguetes a partir do Centro Espacial Kennedy, para evitar aglomerações, mas isso não adiantou muito.