O valor da compra em Biguaçu não foi detalhada. Além de Ivermectina, a prefeitura anunciou também o uso de hidroxicloroquina no tratamento de coronavírus.
O investimento da prefeitura de Itajaí foi de R$ 1.475 mil para comprar um milhão de comprimidos. A intenção é tratar 100 mil pessoas. Os moradores interessados em ter o tratamento serão avaliados pro médicos no Centroeventos da cidade.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Infectologia alerta que a eficácia de antiparasitários para tratamento contra a Covid-19 não é comprovada em seres humanos e que ainda são necessários estudos científicos para apontar os benefícios e seguranças aos pacientes. O Conselho Regional de Farmácia de SC também reforçou que não há comprovações científicas sobre o uso da ivermectina para tratar SARs-Cov-2.
O alerta também vale para a hidroxicloroquina, que conforme a Sociedade de Infectologia, o uso não apresou benefício aos pacientes com Covid-19. No mês passado, a Organização Mundial da Saúde interrompeu estudos com hidroxicloriquina.
A prefeitura de Itajaí justificou o uso porque a ivermectina tem sido utilizada em algumas unidades de saúde contra a SARS-Cov-2 e teria apresentado resultados positivos. Inclusive, é prescrito por alguns médicos no Centro de Triagem de Itajaí, que recebe pacientes com suspeita e com Covid-19. “Os médicos observaram significativa melhora em pacientes sintomáticos tratados com o remédio”, informou a prefeitura, que também menciona estudos que apontam a eficiência do medicamento como antiviral.
Já segundo a prefeitura de Biguaçu, os medicamentos só serão recomendados se os médicos avaliarem que os pacientes serão beneficiados. O morador da cidade que for usar algum dos medicamentos também vai precisar assinar um termo de consentimento.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) se diz preocupado com a disponibilização em massa desse medicamento.
"Consideramos uma atitude louvável que gestores estejam buscando disponibilizar as medicações para os médicos e seus pacientes que desejam fazer tratamento, mas consideramos que a distribuição em massa de medicação deve ser melhor avaliada e decidida por cada médico com seu paciente", afirma a médica Graziela Bonin, conselheira e secretária geral do CRM.
Fonte: G1 SC.