O Diretor-Presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Daisson Trevisol, explica que a diminuição de casos no município está relacionada à falta dos resultados de exames. “Havia alguns casos duplicados do mesmo paciente, de exames particular e público. Foi feito uma limpeza e como não tinha chegado nenhum exame do Lacen, e pouquíssimo dos laboratórios, acabou dando o resultado baixo”, diz Daisson. Outro fator apontado por ele explica a diminuição. “Diminuiu o número de pessoas procurando por exames.Tem muita gente na praia e fora da cidade”, lembra o diretor-presidente.
Mas e a Amurel ter voltado ao gravíssimo?
A Epidemiologista do Estado de Santa Catarina, Maria Cristina Willemann, que faz a Matriz de risco do Estado, explica que a classificação avalia seis indicadores no total, que são combinados entre si para apontar o risco da região. Entre os fatores, avalia-se: a ocupação de leitos de UTI para covid-19; a taxa de positividade dos exames do Lacen; e a avaliação do número de casos. Este último, Maria acredita ter sido determinante para a reclassificação da Amurel:
“Se numa semana você tem dez, quinze casos, possivelmente é porque as pessoas não procuraram o teste, talvez pela redução da força de trabalho em informar esses casos num sistema. Se na outra semana você tem 40, 50 casos por dia, isso indica uma variação positiva: está piorando a situação da região. Então quando tem uma baixa de casos, o cenário que vem normalmente mostra piora quando não está controlada a pandemia”.
O número de óbitos é o outro fator que é medido nas regiões no momento de uma reclassificação para gravíssimo: um indicador que vem a acontecer quando há um aumento no número de casos. “Não é só o número de casos que é monitorado na avaliação de risco, mas uma combinação de indicadores. O número de casos é uma das coisas e a tendência da pandemia é outra. Possivelmente a Amurel piorou a situação, pois há uma tendência de piora do cenário”, conclui Maria Cristina Willemann.
Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom