Uma pesquisa realizada na Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, sugere que o medicamento sildenafil, o popular Viagra, pode estar associado a uma redução drástica da incidência de Alzheimer. As informações foram levantadas a partir de dados de 7,2 milhões de membros de planos de saúde.
O que o estudo mostra é que pacientes que afirmaram tomar a medicação têm 70% menos chance de desenvolver a doença nos seis anos subsequentes sobre aqueles que não tomam Viagra.
Os pesquisadores deixam claro, no entanto, que essa sugestão, mesmo feita a partir de milhões de dados, é muito diferente de uma relação comprovada de causa e efeito. Agora, novos testes clínicos randomizados precisam ser feitos.
Mas o potencial do medicamento é claro. E não é a primeira vez que o Viagra é associado a bons resultados em contextos científicos variados, de pesquisas de malária ao tratamento de câncer.
Usando técnicas computacionais, o time de Cheng criou módulos de endofenótipo para mapear fatores genéticos que poderiam, hipoteticamente, contribuir para a manifestação do Alzheimer.
A partir desses módulos, os pesquisadores analisaram os mais de 1600 medicamentos aprovados pelo Food and Drug Administration (FDA), a agência sanitária americana, para tentar estabelecer quais tinham maior potencial de ajudar contra os endofenótipos identificados. E o Viagra se destacou.
Cheng afirmou que novos testes já estão sendo preparados e que acredita que o método científico que usa a tecnologia como aliada deve ser, em breve, usado para identificar medicamentos indicados também no tratamento de outras doenças degenerativas, como Parkinson e esclerose lateral amiotrófica.