Em um dia em que há pouco a se comemorar, nossa reflexão pelos pais que agora têm seus filhos somente na memória
Se fosse outro ano talvez estaríamos postando uma matéria contando alguma bela história entre pais e filhos. No entanto, este 5 de abril de 2023 está manchado, ferido. No mesmo dia em que um ataque vitimou quatro crianças e deixou tantas outras feridas - física e emocionalmente - se celebra o 'Dia do Filho'. Cabe aqui uma reflexão sobre a dor irreparável que fica na vida das famílias de Blumenau e tantas outras que já não podem mais celebrar com seus filhos.
O dia foi pesado, desde a redação do jornal, nossas casas, nosso estado e o país inteiro. Uma nova ferida se abre e nos questionamos: o que estamos fazendo de errado? Os pais, além de se preocuparem com a segurança dos filhos, ainda precisam pensar em que tipo de adultos eles se tornarão amanhã. Afinal, desde os alunos, até o agressor: todos somos filhos. Esta mácula nas famílias tem atingido o cerne da nossa sociedade. Qual seja o limite de segurança necessário para cuidarmos do bem mais precioso: a vida?
Não só por estas crianças que foram mortas brutalmente, mas quantas famílias já perderam seus filhos por não ter um atendimento médico adequado, por abusadores destruírem suas infâncias, por não enxergarem uma realidade longe do crime, por não terem alimento todos os dias? Será que vamos ter que conviver com estas coisas brutais para sempre?
Em meio a um universo de notícias ruins e uma energia pesada que se instala, cabe a nós desejar coisas boas e tentar enxergar uma realidade melhor. Que possamos unir as nossas vozes para lutar por mais segurança e também para rezar, orar ou pedir boas energias para as famílias que agora são órfãs de seus filhos. Que consigamos entender melhor a mente humana a ponto de conseguir identificar, tratar e evitar este tipo de acontecimento. Que seja punido quem precisa de punição, que seja cuidado quem precisa de compreensão e que nossas crianças sejam resguardadas. Para finalizar: não dá para fazer uma boa plantação se não cuidar bem das sementes. Que marcas as nossas crianças levarão para o futuro?