Confira algumas curiosidades por trás desse estrondoso sucesso.
1) Origem antiga
Foram necessários quatro anos para Baby Shark subir ao "pódio" dos vídeos mais assistidos do YouTube, mas a canção é na verdade muito mais antiga, embora sua origem seja alvo de divergências.Acredita-se que ela tenha se originado nos acampamentos de verão dos Estados Unidos na década de 1970. Outra teoria diz que foi inventada em 1975, quando o filme Tubarão, do cineasta americano Steven Spielberg, se tornou um sucesso de bilheteria em todo o mundo.
2) Diferentes versões
Há um grande número de variações da canção original, incluindo uma versão em que um surfista perde um braço para o tubarão e outra em que o protagonista morre. Também há versões internacionais — incluindo a francesa Bebe Requin e a alemã Kleiner Hai ('Tubarão Pequeno', em tradução livre para o português), que se tornou um sucesso de pequeno alcance na Europa em 2007. Mas nenhuma delas conseguiu igualar o êxito da versão de Pinkfong, que foi interpretada pela cantora coreana-americana Hope Segoine, de 10 anos, e enviada para o YouTube em 2015.
3) Refrão viciante e coreografia
O refrão viciante "doo doo doo doo doo doo" e a coreografia se tornaram uma mania na Coreia do Sul, onde bandas populares como Red Velvet, Girls 'Generation e Blackpink começaram a incorporar a canção em seus shows. Em junho daquele ano, a Pinkfong lançou um segundo vídeo, intitulado Baby Shark Dance, com duas crianças fofas realizando a dança.
A música é um chamariz para crianças, cujo apetite pela repetição sem dúvida a ajudou a subir no ranking dos vídeos mais assistidos do YouTube. "As canções infantis sempre foram lentas, muito fofas, mas algo que ajudava seus filhos a adormecer — ao contrário de Baby Shark", disse o diretor de marketing da Pinkfong, Jamie Oh, à BBC em 2018. "O bebê tubarão da Pinkfong é muito moderno e tem uma batida muito brilhante com movimentos de dança divertidos. A animação é muito viva. Nós a chamamos de K-Pop para a próxima geração."
4) Hashtag viral
O clipe da Pinkfong inspirou a criação da hashtag #BabySharkChallenge, mobilizando desde trabalhadores rurais indonésios até estrelas pop Cardi B e Josh Groban. Isso fez com que a música acabasse se espalhando por todo o mundo.
A Pinkgong informou que está transformando a música em um filme e um musical, e pretende fazer de Baby Shark "outro clássico da música infantil, como Brilha Brilha, Estrelinha", acrescentou Oh.
6) Violação de direito autorais
No ano passado, a controladora da Pinkfong, a também sul-coreana SmartStudy, foi processada pelo compositor infantil Jonathan Wright, que gravou um arranjo semelhante da música em 2011 e alega possuir os direitos autorais da música. A SmartStudy respondeu que sua versão foi "baseada em uma canção tradicional que passou para o domínio público". O caso ainda está sendo analisado pela Comissão de Direitos Autorais da Coreia do Sul.
7) Alegação de tortura
No mês passado, a música foi alvo de outra polêmica, quando três funcionários de uma prisão em Oklahoma, nos Estados Unidos, foram acusados de usá-la para punir presidiários. De acordo com a Justiça americana, cinco prisioneiros foram algemados contra uma parede e forçados a ficar de pé por duas horas enquanto ouviam a repetição de Baby Shark. A exposição à música colocou "estresse emocional indevido nos presidiários que provavelmente já estavam sofrendo", disse o promotor responsável pelo caso, David Prater.
8) Acalma bebê durante protesto
Mas a música também teve um uso positivo.Quando Eliane Jabbour inesperadamente se viu no meio de uma manifestação antigoverno no Líbano, em outubro passado, ela ficou preocupada que o barulho assustasse seu filho de 15 meses, que acabava de acordar de um cochilo no banco do passageiro de seu carro. Em vez disso, manifestantes circularam o carro dela e cantaram Baby Shark para ajudar a acalmar a criança.Um vídeo do episódio na capital do Líbano, Beirute — com o bebê olhando com os olhos arregalados para o canto e a dança — viralizou e se tornou um símbolo de esperança em meio aos protestos.
Texto por Época Negócios