O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), determinou nesta quinta-feira o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. A decisão judicial nomeou Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade que rompeu politicamente com Ednaldo, como interventor, com a missão de convocar novas eleições "o mais rápido possível". O magistrado declarou nulo um acordo anterior homologado pela Justiça, alegando incapacidade mental e possível falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes, um dos signatários.
Ednaldo Rodrigues recebeu a notícia em Assunção, no Paraguai, onde participava de um congresso da Fifa, e já recorreu ao STF para tentar anular a decisão do TJ-RJ, repetindo a estratégia que o reconduziu ao cargo em 2023 após um afastamento anterior. Fernando Sarney, ao ser nomeado interventor, afirmou que sua gestão será transitória e que não pretende interferir na anunciada contratação do técnico Carlo Ancelotti para a seleção brasileira.
A decisão do TJ-RJ se baseou em pedidos feitos ao STF pela deputada Daniela do Waguinho e pelo próprio Fernando Sarney, que alegaram a falsificação da assinatura de Coronel Nunes no acordo que validou a eleição de Ednaldo Rodrigues. Um laudo pericial também indicaria a falsidade da assinatura. O caso retornou ao TJ-RJ por ordem do ministro do STF Gilmar Mendes para apuração dos fatos, e após o não comparecimento de Coronel Nunes a uma audiência, o desembargador Zéfiro proferiu a decisão pelo afastamento do presidente da CBF. Esta é a segunda vez que o TJ-RJ afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade.