Membros de torcidas organizadas do Corinthians invadiram a sede do clube no Parque São Jorge, Zona Leste de São Paulo, na tarde desta terça-feira, 3 de junho. O grupo, que entrou uniformizado, gerou surpresa entre os sócios que frequentavam o local.
As torcidas, que incluem Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra, divulgaram uma nota conjunta explicando que a ação é um protesto contra as "más administrações que prejudicaram o clube". No comunicado, elas afirmam que o "protesto ocorre de forma pacífica e exige mudanças urgentes e estruturantes, para que, de fato, esse cenário não continue a se repetir e a prejudicar ainda mais o SCCP".
A invasão desta terça-feira acontece após um episódio similar no último sábado, quando cerca de 50 torcedores também estiveram no Parque São Jorge.
O Corinthians enfrenta um momento de grande instabilidade. O clube está sem um presidente eleito desde o afastamento de Augusto Melo, em 26 de maio, que é alvo de um processo de impeachment e foi indiciado no caso Vai de Bet. Atualmente, a presidência é ocupada interinamente por Osmar Stábile, e uma votação ainda precisa ser convocada para definir a nova liderança.
Além da crise administrativa, o clube lida com uma dívida interna que ultrapassou a marca de R$ 2,5 bilhões, conforme levantamento divulgado no mês anterior pelo Cori (Conselho de Orientação) do clube.
No comunicado, as torcidas organizadas reforçaram suas exigências:
Direito a voto para membros do Fiel Torcedor.
Mudança imediata do estatuto do clube.
Punição aos responsáveis pelas dívidas acumuladas em gestões anteriores.
"Não aceitaremos que esse sistema corrompido e claramente ineficaz continue decidindo o futuro de milhões de corinthianos. O Corinthians é do povo, e é o povo que vai resgatá-lo, reconstruí-lo e devolvê-lo para de onde nunca deveria ter saído: SUA TORCIDA!", conclui o documento.