Geral
03/03/2019 10h28
Procura por vacina contra meningite dispara após morte de neto de Lula
Em 2017, 266 pessoas morreram em decorrência da meningite meningogócica, enquanto em 2018 o número caiu para 218, segundo o Ministério da Saúde.
Em 2017, 266 pessoas morreram em decorrência da meningite meningogócica, enquanto em 2018 o número caiu para 218, segundo o Ministério da Saúde.
A morte de Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meningite meningocócica na sexta-feira (1º), provocou uma corrida de famílias a clínicas para vacinação.
Há 12 tipos de meningite meningocócica, mas os mais prevalentes no Brasil são os tipos A, B, C, W e Y. A rede pública de saúde oferece a vacina contra o tipo C.
Para se imunizar contra as outras formas da doença, é preciso ir a uma clínica particular que disponibilize a vacina para os demais tipos.
De acordo com o Ministério da Saúde, a meningite consiste basicamente no processo inflamatório das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A enfermidade pode ser causada por vários agentes diferentes e, também, por processos não infecciosos, como medicamentos e tumores.
Entre os agentes infecciosos, são considerados mais importantes as meningites bacterianas e virais, por terem um capacidade maior de causar surtos e, no caso da bacteriana, também por sua gravidade.
A doença é considerada endêmica, quando casos são esperados ao longo de todo o ano, com ocorrência de surtos e epidemias vez ou outra. No caso do neto do ex-presidente foi uma meningite meningocócica, que é bacteriana. Essa doença tem a característica de transmitir de uma pessoa para outra e, por isso, também é considerada a mais comum.
A meningite possui uma taxa de letalidade considerada alta, principalmente quando há demora no diagnóstico, já que se trata de uma enfermidade que evolui de forma muito rápida. Tem gente que agrava o quadro de um dia para o outro, outros ficam cerca de três dias com os sintomas antes de piorarem.
Mas, geralmente evolui muito rápido, principalmente na meningocócica. Em contraponto, a meningite bacteriana é mais fácil de ser curada, apesar de muitas vezes ficarem sequelas motoras. Já no caso da viral, a evolução é mais lenta, a taxa de mortalidade e o índice de sequelas são menores.
Como existem vários tipos diferentes da doença, não há uma forma específica de prevenção, mas, felizmente, existem as vacinas para todos os casos. São vários os tipos e, por isso, são várias as vacinas que são disponibilizadas tanto na rede pública como privada.
Não é uma vacina que todo mundo tem que tomar, normalmente são crianças e populações especiais, portadores de doença que baixam a imunidade e idosos. A não ser em casos de surto em alguma região, pois aí vacina-se a população toda, inclusive adultos.
Apesar das vacinas não terem garantia de prevenção de 100% da doença, o risco de infecção é muito pequeno, sendo considerado desprezível pelos médicos. O problema é que existem vários tipos diferentes desta bactéria: Meningococos A, B, C, D. Não se pode afirmar que o neto do Lula não tomou a vacina, mas o que pode ter ocorrido é dele ter se imunizado contra uns dos tipos da bactéria e ter sido infectado por um do qual não estava protegido.
O médico explica ainda que a contaminação é feita através do contato de secreção respiratória da pessoa doente. "Se falar muito perto, tossir no rosto, ou se dormir no mesmo quarto. Não é o contato eventual, tem que ser contato de tempo prolongado. No caso de pais destas crianças e colegas de escola, por exemplo, existe uma forma de prevenção que é o uso de antibióticos de forma preventiva", conclui.
Fonte: Hoje em Dia
Foto: AB