Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (24) perto da cidade francesa de Biarritz, onde ocorre a cúpula do G7, a fim de chamar a atenção dos líderes presentes para uma série de questões sociais, políticas e ambientais, incluindo as queimadas que devastam a Amazônia.
A marcha ocorreu em Hendaye, cidade francesa na fronteira com a Espanha e a cerca de 30 quilômetros de Biarritz, que foi interditada devido à cúpula. Reuniu ativistas ambientais, antiglobalização, separatistas bascos e os chamados "coletes amarelos", que protestam há meses na França contra reformas do presidente Emmanuel Macron.
A polícia estima que 9 mil pessoas estiveram reunidas em Hendaye neste sábado, enquanto organizadores falam em 15 mil manifestantes presentes no ato pacífico, em protesto contra políticas econômicas e climáticas adotadas pelas principais potências industriais do mundo.
"Chefes de Estado: ajam agora, a Amazônia está queimando!", dizia um cartaz, referindo-se aos incêndios que devoram atualmente a Floresta Amazônica e têm sido alvo de comoção internacional. A questão é um dos temas centrais a serem discutidos pelos líderes do G7 durante a cúpula.
"Se o clima fosse uma catedral, nós já o teríamos salvado", afirmava outra faixa, em referência à Notre-Dame, em Paris, atingida por um incêndio em abril. Doadores prometeram 850 milhões de euros para reconstruí-la.
Agitando milhares de bandeiras, os manifestantes marcharam através do rio Bidasoa em direção à cidade espanhola de Irun, gritando frases de efeito enquanto alguns tocavam bateria.
"Estamos muito felizes, porque foi um grande desafio", afirmou Sebastian Bailleul, porta-voz do grupo Alternatives G7, um dos organizadores do protesto, acrescentando que o ato "uniu lutas francesas, bascas e internacionais" em um só lugar.
Grupos de ativistas anticapitalistas, ambientalistas e antiglobalização estão reunidos desde segunda-feira para uma "anticúpula do G7" no sudoeste da França, em oposição à cimeira oficial. Cerca de 50 ONGs participam da reunião a fim de pensar em alternativas.
"O cinismo do encontro do G7 é que a desigualdade se tornou tema central do evento, mas são justamente as políticas desses países ricos que criam e fortalecem a desigualdade", afirmara o ativista Bailleul durante a semana.