O dia de hoje, 16 de outubro de 2019, começou chuvoso, porém sem vento, bem diferente do dia 16 de outubro de 2016. Há exatos três anos, uma tragédia destruiu a cidade de Tubarão. Provavelmente se você mora na região da Amurel deve lembrar-se daquela data no final da tarde quando um forte vento pairou sobre o município transformando-se em um vendaval com rajadas que chegaram a atingir 220 km/h. A tempestade de tamanha magnitude causou transtornos que serão lembrados por todos que vivenciaram aqueles momentos de desespero.
Segundo a Defesa Civil, 97.298 pessoas foram afetadas e uma criança de 7 anos morreu quando árvores caíram sobre o carro onde ela estava. Ao todo, 21 ficaram feridos. Oito ficaram desabrigados e 3.512, desalojados. Foram mil casas e 30 instalações públicas atingidas. Foi decretada calamidade pública, reconhecida pelo governo federal no mês seguinte. Nos dias seguintes, mais pessoas morreram na região por queda de telhados – somente em Tubarão, foram duas mortes acidentais.
Além do caos e perdas irreparáveis, o prejuízo de empresas locais ultrapassou os R$ 300 milhões afetando a economia. O Ceasa de Tubarão é uma das edificações que ainda aguarda por recuperação. O local contava com dez boxes operados por comerciantes de produtos agrícolas para garantir o abastecimento de estabelecimentos da região. Também tinha um espaço organizado pela prefeitura local onde famílias de pequenos agricultores da região vendiam sua produção. Toda a atividade foi suspensa a partir do vendaval de 16 de outubro de 2016, que retorceu a cobertura, em grande parte destelhada. Daí em diante, a mobilização envolveu a Defesa Civil, administrações municipal e estadual, com participação da Secretaria da Agricultura, até a viabilização de verbas e superação do entrave para a liberação do espaço, que permite as obras de recuperação.
Amor e solidariedade em meio ao caos
Em meio ao choro, desespero e prejuízo de centenas de famílias, alguns jovens tubaronenses decidiram se unir e fazer alguma coisa para ajudar naquela situação. Eles começaram a angariar donativos para os que perderam roupas, alimentos e de uma simples atitude solidária nasceu o Instituto Nossa Família.
A partir disso, um grupo de voluntários foi a campo, entrando nas vielas da cidade, nas comunidades mais carentes e auxiliando o Poder Público na ajuda aos necessitados. E desde lá o grupo só cresceu. Hoje, é formalizado como Instituto Nossa Família e realiza campanhas bimestrais na cidade, sendo um mês de arrecadação e o outro de doação.
Todas as campanhas têm como objetivo incentivar a educação e promover o amor e a caridade às pessoas em vulnerabilidade social.