Em épocas de pandemia de coronavírus, os profissionais da saúde correm mais risco de serem contaminados. Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e biomédicos estão na linha de frente na batalha contra a doença. Há outros profissionais da saúde que continuam expostos à Covid-19, porém, sem ligação direta com o combate ao coronavírus, como os dentistas.
Nesta segunda-feira, 06, foi liberado o funcionamento de diferentes atividades como serviços de assistência e clínicas da área da saúde, entre eles, os consultórios odontológicos. A cirurgiã dentista de Tubarão, Talita Anacleto Botega, Especialista em Ortodontia e em Saúde da Família, retomou os atendimentos depois de 20 dias com o consultório fechado. “Ficamos felizes em poder retornar às funções, porém muito temerosos. Sabemos que os profissionais da saúde compõe um seríssimo grupo de risco, principalmente na área odontológica, pela dispersão de spray e saliva durante o atendimento”, explica.
Para amenizar o risco de contágio, a profissional segue uma série de protocolos de higienização, desinfecção, esterilização e cuidados nos atendimentos.
Ela chegou a gravar um vídeo e compartilhou nas redes sociais para mostrar a quantidade de equipamentos utilizados para a proteção individual.
“Utilização de álcool gel e EPI's ( máscaras, toucas, jalecos, luvas, óculos, viseiras e pro-pés ) já fazem parte da nossa rotina de consultório. Porém agora, intensificamos a desinfecção das salas clínicas a cada atendimento. Bancadas, chão e outros ambientes do consultório são extremamente limpos antes e após todos os atendimentos, conforme as recomendações do Ministério da Saúde”, detalha.
As mudanças são necessárias para garantir a saúde dos pacientes e dos profissionais. “Adotamos a prática de retirar as roupas e calçados utilizados no consultório a cada período, lavando esse uniforme e o trocando todos os dias. Esperamos assim, não sermos carreadores do vírus ao sairmos na rua e ao chegarmos às nossas casas”, ressalta a dentista.
Como acontece em todos os setores, o consultório também sofreu perdas nas finanças, mas não chegou a demitir funcionários. “Muitos tratamentos foram paralisados, orçamentos marcados deixaram de ser realizados, trabalhos protéticos deixaram de ser entregues nos prazos... mas, exatamente por sermos do setor de saúde, entendemos a importância do isolamento dentro desse período. Um colapso no sistema de saúde, ao nosso ver, seria muito mais prejudicial”, pontua Talita.
Ela argumenta que as expectativas são que os profissionais de todos os setores ampliem suas medidas de segurança e higiene para que o retorno das atividades não gere um contágio massivo causando colapso no sistema de saúde.