A emissora era acusada de ser conivente com estelionato e propaganda enganosa. Acordos semelhantes foram feitos com outras TVs que davam espaço para este tipo de atração. Trata-se de uma vitória inédita do Ministério Público, que estava numa missão contra esses programas desde o início da década passada, quando denúncias começaram a explodir na internet.
O processo começou em 2012, após a denúncia de um espectador que alegou ter visto um game show do gênero chamado Lig, exibido no Terra Viva, canal de agronegócio do Grupo Bandeirantes.
O denunciante ficou horas no telefone tentando participar da atração, mas não conseguiu. Ao fim do mês, teve de arcar sozinho com uma conta de mais de R$ 400. Ele buscou algum tipo de compensação, já que não conseguia pagar essa conta por ser bem acima de seu orçamento. Após o fato, o Ministério Público do Rio de Janeiro começou a monitorar a Band.
Em 2016, o MP percebeu que a Band começou a exibir em sua emissora de TV aberta games do tipo em horários de grande exposição, como manhãs de sábado e madrugadas. Games trocavam de nome para fugir do MP.
Foi aí que o MP abriu uma ação civil pública contra a emissora. Em dois anos, o Ministério notou que os programas sempre mudavam de nome e de elenco quando começavam a dar repercussão. Entre os nomes usados na Band entre 2016 e 2018 estavam Top Game, O Mais Rápido - O Game Show, Gamephone, Super Bônus, Qual é o Desafio?, além de outros quatro títulos que duraram poucas semanas.
Caso coloque no ar este tipo de atração no ar mais uma vez, a Band vai pagar uma multa de R$ 50 mil por dia de exibição. O processo foi extinto sem julgamento do mérito justamente pelo acordo. No documento, o MP relata também que fechou acordos do tipo com a Rede Brasil e com a CNT anos atrás, mas não entrou em detalhes sobre eles.