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Geral
14/11/2021 16h24

(Vídeo) Mãe relata caso de possível preconceito racial com sua filha em Pedras Grandes

Há duas semanas, uma colega de 13 anos cortou as tranças da filha de Cristina Zelma Mônica. Uma fonte ligada à escola, no entanto, negou que o caso se trate de racismo. Entenda:

Na última quarta-feira, 10, a mãe Cristina Zelma Mônica compartilhou um relato de sua filha de um possível caso de racismo que ocorreu em Pedras Grandes. Segundo conta a mãe, a estudante de 13 anos foi vítima de discriminação racial dentro e fora da sua escola, tendo seu cabelo cortado por uma colega. O relato foi feito em vídeo e compartilhado no reels do Instagram. Veja acima: 


Entenda o relato


Segundo conta a Cristina no vídeo, sua filha estava na aula e uma das colegas, também de 13 anos, cortou as tranças dela. Quando a menina perguntou "por quê?" a outra teria dito: “Quis cortar, porque o cabelo de negro é ruim”. Então sua filha foi à professora para pedir para falar com a secretaria, momento a mesma disse para sentar-se e se acalmar. "No mesmo dia, a menina jogou a carteirinha da minha filha no meio do mato. Até que no dia seguinte, aconteceu o mesmo incidente no ônibus escolar e minha filha chegou chorando, aí me contou", relata a mãe no vídeo. Na terça-feira, dia 9, quando a filha chegou novamente, pediu para a mãe tirar as tranças, porque ela não as queria mais. O vídeo que repercutiu, gerando revolta e comoção entre os seguidores e viralizando na plataforma. 

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O outro lado da história


Uma fonte ligada à escola, que preferiu não se identificar, entrou em contato com o HC Notícias e negou que o caso trate-se de racismo. "As meninas são inseparáveis e o que aconteceu não foi bem como o relatado", contou. "Após o ocorrido, a escola chamou a mãe das duas meninas na escola numa reunião, no entanto a mãe que fez o vídeo não apareceu", contou ela. Já quanto ao cabelo cortado, segundo a fonte, não teria sido como o mostrado. "Foi o aplique das tranças cortado, não o cabelo natural. Nem mesmo aquele tamanho mostrado em vídeo", relatou.


O HC Notícias entrou em contato com o diretor da escola, o mesmo chegou a atender, mas desligou/a ligação caiu. A mãe da menina acusada de cometer racismo também foi contatada pelo HC, e relatou seu lado da história. "Minha filha e essa menina eram amigas, brincavam juntas. Até que um dia ela estava aqui em casa pois fugiu da mãe por medo e chamamos o Conselho Tutelar. Talvez por causa disso as duas pararam de se falar. No dia desse relato foi troca de professor e a menina estava batendo com as tranças na cadeira da minha filha. Minha filha pediu pra ela parar, ela não parou e então cortou uma pontinha do dread, não a quantidade mostrada em vídeo. Não somos racistas e estamos indignados com isso". A mãe conta ainda que foi acionada à escola, mas só ela apareceu. "Sobre minha filha provocar a outra no ônibus, falamos com o monitor e ele não confirmou".


O caso está sob investigação e irá para a Justiça. 

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Rapidamente, após o viral do vídeo, o caso foi atendido pela instituição Novo Impulso, que tem o objetivo de gerar novas conexões, oportunidades, impulsionamento e a defesa da sociedade negra brasileira, nas áreas da Educação, Empreendedorismo, Política, Economia e inserção no mercado de trabalho. O presidente estadual da rede, Paulo César Lopes, conversou com o HC Notícias sobre o caso em Pedras Grandes, que está sendo acompanhado de perto:


"O que ocorreu em Pedras Grandes foi bem emblemático para a nossa região, eu diria que talvez para o estado de Santa Catarina. Eu avalio que a falta de um maior entendimento do que é o racismo ou a injuria racial ou seja; daquilo que pode causar para o componente (pessoa) que recebeu a ofensa ou a ação preconceituosa é bem preocupante", conta ele. O presidente destaca que depois de centenas de anos da abolição da escravatura, o racismo está escalando níveis altos em nossa região, estado e país. E atribui a isso uma causa: 


"Acredito que o problema seja uma falsa ideia que tá tudo bem. Que o racismo não existe ou é coisa da cabeça de pretos. Sinto que existe um negacionismo por conta de alguns em nossa sociedade. Eu pergunto: Será que nossos agentes públicos estão capacitados quando se deparam com uma situação dessas? O que estão orientados a fazer? Quem os capacitou? Será que existe uma preocupação dos governantes? O que está sendo feito para proteger nossas crianças de situações como está seja de quem foi o opressor ou quem foi o oprimido? Acredito que essas perguntas merecem respostas", completa ele.


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