sábado, 09 de novembro de 2024
Facebook Instagram Twitter Youtube TikTok E-mail
48 3191-0403
Geral
02/04/2024 15h59

Bombeiros de SC desenvolvem protocolo para atender pessoas com autismo

Corporação diz que iniciativa é pioneira entre os corpos de bombeiros de todo o Brasil
Bombeiros de SC desenvolvem protocolo para atender pessoas com autismo
O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) desenvolveu um protocolo operacional padrão para atendimento pré-hospitalar específico para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).


Segundo o CBMSC, a iniciativa é pioneira entre os bombeiros de todo o país e foi desenvolvida em parceria com o Laboratório de Pesquisa em Autismo e Neurodesenvolvimento da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).


“O protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é essencial para garantir que esses pacientes recebam cuidados adequados e sensíveis às suas necessidades específicas durante emergências”, destaca nota da corporação divulgada nesta terça-feira, dia 2, data em que é comemorado o Dia da Conscientização do Autismo.


“Ao considerar a singularidade das necessidades desses indivíduos, é fundamental ressaltar que o APH deve ser sensível, adaptado e inclusivo. Isso promove a eficácia do protocolo e assegura que cada pessoa com TEA tenha o direito de ser tratada com dignidade e respeito, independentemente de suas características particulares”, afirma o tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira, presidente da Coordenadoria de Atendimento Pré-Hospitalar do Corpo de Bombeiros catarinense.


A corporação também destaca que o protocolo permite que os socorristas se sintam mais seguros e preparados para lidar com possíveis intercorrências no atendimento de crianças e adultos com especificidades comportamentais, podendo contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às pessoas com TEA e a promoção da inclusão e acessibilidade em emergências.


Autismo no mundo


O autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo foi criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca as pessoas afetadas pelo TEA.

PUBLICIDADE

O que caracteriza o TEA


O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver outras questões como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.


“O autismo hoje é compreendido como espectro de manifestação fenotípica bastante heterogênea, ou seja, existem várias manifestações diferentes do autismo. E essas manifestações ocorrem também com sinais mais ou menos evidentes em algumas pessoas”, afirma o neuropsicólogo Mayck Hartwig.


Níveis


O TEA pode se manifestar em três níveis, que são definidos pelo grau de suporte que a pessoa necessita: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado).


“É um transtorno que tem impacto muito grande porque afeta principalmente a cognição social, os pilares da linguagem. Esse espectro tem diversas nuances que compõem o quadro. E é um quadro heterogêneo. De um lado você tem autistas com altas habilidades e outros com deficiência intelectual. Alguns com hiperatividade e outros mais calmos”, afirma Luciana Brites, especialista em Distúrbios do Desenvolvimento.


Segundo ela, é importante ter um diagnóstico precoce, já que os primeiros sinais do TEA podem aparecer no segundo ano de vida. “Quando conseguimos fazer a detecção antes dos três anos, a gente consegue, muitas vezes, mudar a realidade dessa criança, desse adolescente, desse adulto. As políticas públicas de educação e saúde precisam ser muito bem sustentadas para que se possa consiga avançar no desenvolvimento dessas crianças, que vão virar adolescentes e adultos”.

PUBLICIDADE

Direitos


No Brasil, existe uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012, que garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação, proteção social e trabalho.


Além disso, a política nacional considera o autista pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Em 2020, outra legislação, a Lei Romeo Mion, cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que pode ser emitida gratuitamente por estados e municípios.


A Ciptea é uma resposta à impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando a ele o acesso a atendimentos prioritários e a serviços a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.


A pessoa com TEA tem direito a receber um salário mínimo (R$ 1.412) por mês, por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), caso seja incapaz de se manter sozinha e a renda per capita da família for inferior a um quarto do salário mínimo, ou seja, R$ 353.


— Foto: ACCEL.ORG / REPRODUÇÃO.


HC Notícias
48 3191-0403
48 9 8806-3734
Rua Altamiro Guimarães, 50
88701-300 - Centro - Tubarão/SC
Hora Certa Notícias © 2019. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.