Adriana Ibba, mãe da pequena Liz Ibba, de três anos, que perdeu a vida no trágico acidente aéreo da Voepass, em 9 de agosto, está enfrentando uma nova batalha, desta vez contra a proliferação de perfis falsos nas redes sociais que exploram a imagem de sua filha.
Após a tragédia, mais de 57 contas fraudulentas foram criadas utilizando fotos e o nome da menina para obter seguidores e promover diversos conteúdos, desde jogos online até pedidos de doações falsas.
Em um vídeo divulgado em suas redes, Adriana desabafou sobre a difícil situação. "Dentro do luto que eu estou vivendo, ainda tenho que lidar com isso. Algo totalmente desnecessário", declarou, visivelmente emocionada. Ela também expressou sua frustração com a falta de segurança nas plataformas digitais, como Instagram e TikTok. "A minha indignação é de como que Instagram, TikTok permite receber o registro de novas contas, sendo que lá atrás já foi registrado, já foi feita uma conta. Então, qual é o filtro de segurança?", questionou Adriana.
A ação judicial movida por Adriana teve uma importante vitória. O juiz Carlos Eduardo Batista dos Santos, da 2ª Vara Cível de Brasília, determinou a remoção dos perfis que utilizavam indevidamente a imagem da criança. A decisão protege a memória de Liz e busca evitar que criminosos continuem se aproveitando da tragédia para fins ilícitos.
Segundo o processo, a mãe, familiares e amigos, com o apoio do Ministério Público, denunciaram os perfis fraudulentos às plataformas Meta (Instagram) e ByteDance (TikTok), mas as denúncias não resultaram em ações imediatas. Diante da omissão, Adriana recorreu à justiça para garantir a remoção dos perfis e responsabilizar as plataformas pela falta de controle.
A decisão judicial ordenou a suspensão de 47 perfis no Instagram e 10 perfis no TikTok no prazo de 72 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por perfil não removido, limitada a 20 dias. O juiz ainda ressaltou que, como mãe e sucessora legal de Liz, Adriana tem o direito de proteger a imagem da filha e impedir que terceiros utilizem indevidamente seu patrimônio imaterial.
Adriana segue recebendo o apoio de familiares e amigos, e reforça a importância de medidas de segurança mais eficazes nas redes sociais, para que outras famílias não enfrentem a mesma situação de exploração em momentos tão dolorosos.