Com a morte do Papa Francisco, confirmada na manhã desta segunda-feira (21), o Vaticano já se organiza para iniciar o processo que definirá o novo líder da Igreja Católica. A expectativa é de que o Conclave — a reunião secreta entre cardeais aptos a votar — tenha início em até 20 dias. Ao todo, 136 cardeais estão autorizados a participar da votação. Destes, sete são brasileiros.

A regra é clara: apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar. O Brasil conta com oito cardeais no total, mas apenas sete atendem a esse critério. São eles:

• Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos

• Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos

• Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos

• Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos

• Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos

• João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos

• Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos

O único cardeal brasileiro fora do processo eleitoral é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, que tem 87 anos. Embora não possa votar, ele será convidado a integrar o Colégio dos Cardeais, grupo que se reúne antes da votação para discutir os assuntos mais urgentes da Igreja e orientar os rumos da transição.

Um dado relevante e simbólico para este Conclave é que 108 dos 136 eleitores foram nomeados pelo próprio Papa Francisco. Isso significa que aproximadamente 80% dos cardeais votantes têm, de alguma forma, uma ligação direta com o pontífice argentino, o que deve pesar na escolha de um sucessor que mantenha ou, ao menos, respeite seu legado.

Com a morte do Papa, a Igreja entra agora no período conhecido como Sé Vacante — expressão em latim que significa "sede vazia", referindo-se à vacância do trono de São Pedro. Durante esse período, todas as funções de governo do Papa são suspensas, e a condução da Igreja é transferida temporariamente ao Colégio dos Cardeais, que tem como missão preparar a eleição do novo pontífice. É um momento de expectativa, oração e decisões que marcarão os próximos rumos da fé católica.