Davi Pereira Joaquina, de Gaspar, no Vale do Itajaí, acaba de alcançar um marco raro para sua idade: aos 11 anos, foi aceito na Mensa Internacional, considerada a mais antiga e prestigiada organização voltada a pessoas com alto quociente de inteligência (QI). O resultado veio após a confirmação de um QI de 131 pontos — índice bem acima da média brasileira, que gira em torno de 87.
O interesse precoce por números e letras chamou atenção da família ainda na primeira infância. Aos 2 anos, Davi já demonstrava curiosidade incomum para a idade. Com 4, sabia palavras em inglês e se divertia resolvendo operações matemáticas simples. Mas foi por sugestão de uma professora, que notou sua facilidade de aprendizado, que os pais buscaram uma avaliação neuropsicológica.
Vanessa e Hoan Carlos Joaquina, pais do garoto, não se surpreenderam com o diagnóstico de superdotação. “A gente já percebia que ele era diferente desde pequeno, mas queríamos ter certeza e buscar formas de estimular isso da melhor maneira”, conta a mãe.
Com o laudo em mãos, a família decidiu inscrevê-lo na Mensa, presente em mais de 100 países. No Brasil, a associação conta com cerca de 1.700 membros. Um mês após a inscrição, veio a confirmação da aceitação. “Foi um momento de muita emoção e orgulho. Tudo o que ele aprendeu até agora veio com leveza, sempre respeitando seu tempo”, diz Vanessa.
Agora integrante do programa “Jovens Brilhantes”, voltado a crianças e adolescentes com altas habilidades, Davi segue frequentando a escola normalmente e participa de atividades extracurriculares como inglês, programação e robótica. Apesar das aptidões cognitivas, os pais destacam que ele continua sendo uma criança como qualquer outra: gosta de brincar, tem amigos e leva uma rotina equilibrada.
“Nosso foco é que ele cresça feliz e bem ajustado, sem cobranças excessivas. Queremos apoiar seu desenvolvimento de forma saudável”, afirma a mãe, que também faz um alerta a outras famílias. “Se há suspeita de superdotação, é importante procurar um profissional qualificado. E, independentemente do resultado, o mais importante é acolher a criança e incentivá-la de maneira leve, sem pressa”.
A história de Davi inspira atenção não apenas pelo talento, mas pela forma como a família lida com isso: valorizando o conhecimento, mas também o bem-estar emocional e a infância vivida com plenitude.