Circula nas redes sociais uma notícia falsa que afirma que descendentes de italianos com determinados sobrenomes teriam direito automático à cidadania e ao passaporte europeu. A desinformação, inicialmente divulgada pelo jornal colombiano El Tiempo e replicada por veículos como O Globo, gerou grande repercussão no Brasil, onde milhões de pessoas têm origem italiana. A embaixada da Itália desmentiu o conteúdo, reforçando que o país não reconhece a cidadania com base apenas no sobrenome, e que qualquer processo precisa seguir critérios legais e documentais.
A cidadania italiana é concedida com base no princípio do jus sanguinis (direito de sangue), o que exige a comprovação documental da ligação direta com um antepassado italiano. Mesmo em casos de sobrenomes tradicionais, não há concessão automática, tampouco facilidades por nome. Especialistas alertam que informações incorretas como essa podem induzir ao erro, levar à contratação de serviços fraudulentos e até comprometer processos legítimos junto às autoridades italianas.
Atualmente, o governo da Itália discute uma proposta de mudança na lei que pode restringir ainda mais o reconhecimento da cidadania, limitando-o a filhos e netos de italianos. Diante desse cenário, especialistas recomendam que os interessados busquem informações diretamente nos consulados italianos ou com profissionais qualificados, evitando intermediários duvidosos e promessas irreais divulgadas em redes sociais e grupos de mensagens.