A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou, por unanimidade, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão por ter ordenado a invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2023. Segundo as investigações, Zambelli solicitou ao hacker Walter Delgatti Neto que inserisse um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes no sistema da Justiça. Além da pena de prisão, Zambelli e Delgatti foram condenados a pagar R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos, além de multas individuais.

Após a publicação do resultado oficial do julgamento, os advogados de Zambelli poderão entrar com recursos, mas a decisão unânime impede a apresentação de embargos infringentes, restando apenas os embargos de declaração, que não alteram a condenação, mas podem adiar o cumprimento da pena. Com a condenação criminal, Zambelli se torna inelegível por oito anos, e seu mandato parlamentar pode ser cassado após o trânsito em julgado. Especialistas apontam que a prisão domiciliar é improvável devido à ausência de requisitos como idade avançada ou doença grave.

A condenação de Zambelli ocorre em um momento de tensão entre o STF e a Câmara dos Deputados, com debates sobre interferências entre os poderes. No entanto, analistas políticos avaliam que não há clima para uma tentativa de intervenção da Câmara em favor da deputada, que teria sido "abandonada" por aliados bolsonaristas. A deputada agora busca apoio em outras redes, o que levanta questões sobre seu potencial para denunciar ou divulgar informações prejudiciais a seus antigos aliados.