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20/05/2025 16h51

Edward Dodd-Canterbury Wickfield: defesa afirma que juiz que falsificou nome tem Transtorno de Personalidade Esquizoide

A revelação está em um laudo psiquiátrico apresentado pela defesa à Justiça de São Paulo
Edward Dodd-Canterbury Wickfield: defesa afirma que juiz que falsificou nome tem Transtorno de Personalidade Esquizoide

O juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis, que durante mais de quatro décadas atendeu por Edward Albert Lancelot Dodd-Canterbury Caterham Wickfield, adotou essa identidade britânica após uma profunda decepção com a vida no exterior. A revelação está em um laudo psiquiátrico apresentado pela defesa à Justiça de São Paulo, que aponta o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Esquizoide (TPE).

 

Segundo o parecer assinado pelo psiquiatra forense Gustavo Bonini Castellana, o juiz enfrentou uma frustração marcante ao tentar viver nos Estados Unidos. Aos 18 anos, viajou a Boston com o sonho de recomeçar a vida em um país de língua inglesa, mas foi abandonado por um amigo e retornou ao Brasil meses depois, sentindo-se fracassado. Foi nesse momento que, influenciado por um colega de pensão, decidiu abandonar sua identidade original.

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A defesa argumenta que a criação do novo nome — recheado de referências à literatura inglesa — não teve o objetivo de enganar ou obter vantagens, mas sim de oferecer alívio psicológico. “Queria morrer e renascer outra pessoa. Tinha vergonha de sua história e de seu nome”, relatou o juiz ao psiquiatra. Com a nova identidade, afirma ter conseguido estabilizar sua autoestima e dar rumo à vida profissional.

 

Durante mais de 40 anos, o juiz assinou decisões judiciais e documentos oficiais como Edward Wickfield. A farsa veio à tona apenas em 2024, quando ele tentou renovar o RG no Poupatempo, em São Paulo. O sistema identificou a duplicidade das digitais, revelando que Edward e José Eduardo eram a mesma pessoa.

 

A defesa do magistrado, representada pelos advogados Alberto Toron e Renato Marques Martins, nega qualquer intenção de causar dano. Os advogados pediram a instauração de um incidente de insanidade mental e sugeriram à Justiça um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), argumentando que não houve prejuízo a terceiros nem tentativa de obtenção de vantagens ilícitas.

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Entre os episódios mais recentes incluídos na denúncia estão tentativas de renovação do RG, registro de veículo e solicitação de carteira de motorista, todas usando a identidade falsa. A defesa sustenta que não houve lesividade nas ações, pois nenhuma delas resultou em benefício pessoal ou crime.

 

O laudo médico destaca que não há necessidade de uso de medicamentos nem riscos para o magistrado ou para outras pessoas. A Justiça de São Paulo ainda analisa se irá aceitar a instauração do incidente de insanidade ou o acordo sugerido pela defesa para encerrar o processo sem punição.


Fonte: G1
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