Com a chegada das temperaturas mais baixas, as baleias-francas voltaram a ser avistadas no litoral de Santa Catarina. Os primeiros registros de 2025 ocorreram entre os dias 27 e 29 de maio, em praias de Imbituba, Garopaba e Laguna — municípios reconhecidos como berçários naturais da espécie.
O primeiro aparecimento confirmado foi na Praia do Rosa, em Imbituba, segundo o Projeto Franca Austral (ProFRANCA). Embora a equipe de pesquisadores não tenha conseguido localizar o animal por conta do mau tempo, imagens enviadas por moradores confirmaram a presença.
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Horas depois, uma baleia foi novamente vista, desta vez na Praia da Silveira, em Garopaba. De acordo com o pesquisador Eduardo Renault, é possível que se trate do mesmo indivíduo, dada a curta distância entre os pontos e o intervalo entre os registros. No entanto, a confirmação só é possível por meio da análise das calosidades — marcas naturais que funcionam como uma impressão digital dos cetáceos.
Um terceiro avistamento foi registrado no dia 29, na Praia do Sol, em Laguna. Esses eventos indicam o início do período migratório das baleias-francas, que deixam as águas geladas da Antártica em direção à costa brasileira em busca de águas mais quentes e seguras para acasalamento e cuidados com os filhotes.
A temporada oficial vai de julho a novembro, com maior frequência de avistamentos entre agosto e setembro. Assim como no ano passado, as aparições se anteciparam em 2025.
Segundo Karina Groch, diretora de pesquisa do ProFRANCA, as baleias registradas já são conhecidas da equipe: a que apareceu em Garopaba foi catalogada em 2016 como B743, enquanto a que passou por Laguna foi identificada pela primeira vez em 2021, com o número B871.
“A chegada dessas baleias é um marco importante para a conservação da espécie, para a ciência e também para o turismo responsável. É essencial que as embarcações e drones redobrem o cuidado para não perturbar os animais”, alerta Karina.
No levantamento mais recente, realizado em setembro de 2024, 216 baleias-francas foram registradas entre o litoral norte do Rio Grande do Sul e Florianópolis. Desse total, 214 eram mães com filhotes. Imbituba liderou o número de avistamentos, com 46 registros apenas entre as praias da Ribanceira e Ibiraquera.