Quinze dias antes do trágico acidente com um balão que deixou oito mortos em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, o governo federal esteve na cidade para debater a regulamentação da atividade. Em 6 de junho, representantes do Ministério do Turismo participaram de uma reunião com autoridades locais e empresários do setor para tratar da criação de regras específicas para a operação comercial e turística do balonismo.
A secretária nacional de Políticas de Turismo, Cristiane Leal Sampaio, esteve presente e defendeu ajustes complementares à regulamentação já existente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entre as propostas discutidas estavam a criação de um cadastro próprio para empresas de balonismo no Cadastur, a definição de critérios de segurança para voos em áreas urbanas e de preservação, além da inclusão oficial do balonismo na Política Nacional de Turismo.
Após o encontro, um grupo de trabalho foi formado com participação de representantes de Santa Catarina. A prefeitura de Praia Grande destacou que sempre apoiou o avanço das normativas, lembrando que o balonismo movimenta diretamente entre 500 e 1 mil famílias no município, que se tornou um dos principais polos dessa prática no país.
Com o acidente ocorrido no dia 21 de junho, o Ministério do Turismo anunciou que deve retomar as discussões com entidades do setor já na próxima semana, visando acelerar a elaboração de normas claras e específicas para a atividade.
A Anac, por sua vez, afirma que o balonismo é classificado como esporte de alto risco e que a operação dos voos é feita sob inteira responsabilidade dos praticantes. As aeronaves usadas não têm certificação de aeronavegabilidade, nem há exigência de habilitação técnica oficial emitida pelo órgão.