Dois episódios ocorridos recentemente na Câmara de Vereadores de Orleans geraram forte repercussão política e institucional. Em notas públicas, o Diretório Estadual do MDB, o MDB municipal e o PSDB de Orleans repudiaram as atitudes dos vereadores Osvaldo Cruzeta (PP) e Joel Cavagnoli (PP), presidente da Casa.

Segundo o MDB de Santa Catarina, Cruzeta interrompeu falas, proferiu ofensas e constrangeu colegas em plenário, em especial o vereador Dovagner Baschiroto (MDB). O documento, assinado pelo presidente estadual do partido, Carlos Chiodini, alerta que "as atitudes atingiram um nível de gravidade inaceitável", e que o episódio mais recente exigiu "a intervenção de outros parlamentares para evitar consequências mais severas".

A Executiva Municipal do MDB reforçou a crítica, classificando a conduta de Cruzeta como "recorrente e desrespeitosa" e detalha que, durante a última sessão, o vereador protagonizou "um episódio lamentável, que por pouco não resultou em agressão física". Ainda segundo o texto, Osvaldo precisou ser contido por colegas devido ao "descontrole e agressividade".

Outro caso que gerou indignação foi o comportamento do presidente da Câmara, Joel Cavagnoli, durante a sessão do dia 21 de julho. Em nota assinada pela presidente Mirele Debiasi, o PSDB de Orleans afirma que o vereador se dirigiu de forma "desrespeitosa e ofensiva" à vereadora Marlise Zomer (PSDB).

Foi registrado um boletim de ocorrência relatando dois episódios com Joel Cavagnoli. Na sessão do dia 21, durante o uso da tribuna, Joel teria exaltado-se ao falar sobre uma emenda a um projeto da Casa do Idoso e, segundo Marlise, "tentou intimidar a vereadora com palavras ofensivas", afirmando que ela fazia "palhaçadas na Câmara". No dia seguinte, 22 de julho, por volta das 14h30, quando Marlise estava na sala do vereador Sandro de Pieri, Joel teria dito: "o que é teu está guardado", frase interpretada pela vereadora como ameaça direta.

A nota do PSDB destaca que "o tom de voz agressivo e o comportamento autoritário adotados pelo presidente da Casa não condizem com a postura que se espera de quem ocupa cargo de tamanha responsabilidade" e que "é inadmissível que, em pleno exercício do mandato, uma parlamentar — mulher, eleita democraticamente e com atuação legítima — seja tratada com tamanha grosseria e desconsideração".

A nota também defende que “a vereadora Marlise Zomer merece ser tratada com dignidade, como toda mulher merece, e sua atuação deve ser respeitada, independentemente de posicionamentos políticos ou divergências de opinião”.

Até a publicação desta matéria, nem o PP nem os vereadores se manifestaram pubicamente.