PROJETO REELEIÇÃO
Ouvi nesta semana o comunicador Nilton Veronesi defender o fim da reeleição em todos os níveis no Brasil. O tema me chamou atenção e fui atrás de informações. Descobri que há muito material pouco debatido sobre o assunto — quase sempre esquecido até que chegue o período eleitoral, quando volta com força total.
Hoje, o Senado discute uma ampla reforma política que pode alterar a forma como escolhemos nossos governantes. A proposta aprovada na Comissão de Constituição e Justiça prevê o fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos, além de mandatos de cinco anos e unificação de todas as eleições a partir de 2034.
Na prática: prefeitos eleitos em 2028 já não poderão disputar um segundo mandato e ficarão seis anos no cargo, para alinhar o calendário. A partir de 2030, presidente e governadores também terão mandato único de cinco anos.
Defensores afirmam que a medida reduz gastos, evita o uso da máquina pública para fins eleitorais e dá mais tempo para governar. Críticos, porém, lembram que ela tira do eleitor a possibilidade de manter bons gestores e pode aumentar o poder dos partidos. A PEC ainda precisa de dois turnos no Senado e dois na Câmara. O debate está aberto — e seria bom que saísse do “nós contra eles” que domina a política atual.
UFA! CPMI JÁ
Enfim, o Congresso deu uma resposta positiva à população ao instalar a CPMI do INSS. É inaceitável que idosos tenham sido lesados de forma tão escancarada. A comissão já começou com clima pesado para o governo, já que presidente e relator são da oposição.
Mas, convenhamos: com exceção do PL e do NOVO, quase todos os demais partidos têm ministros ou cargos no governo. Por isso, resta saber se a investigação vai para frente ou se será apenas mais uma pizza, como tantas CPMIs anteriores.
GOVERNADOR NA ESTRADA
O governador Jorginho Mello esteve em Pescaria Brava no último domingo para inaugurar a pavimentação do programa “Estrada Boa”. No palanque, prefeitos, vereadores, pré-candidatos e lideranças locais. O único deputado presente — e quase atrasado — foi Pepê Collaço, amigo pessoal do prefeito Henrique da Saúde.
Parabéns ao governador, pelas entregas, e ao prefeito Henrique, que tem transformado a cidade de forma visível.
A DIREITA EM PERIGO
Michelle Bolsonaro chamou Lula de “pinguço” e afirmou que quem vota duas vezes no PT é “burro”. Já Carlos Bolsonaro atacou governadores de direita, comparando-os a ratos por tentarem ocupar espaços do pai, Jair.
Dona Michelle, não é preciso ser petista para reconhecer que o PT já venceu cinco eleições presidenciais. Uma revisão de Moral e Cívica não faria mal. E no caso do “Carluxo”, atacar aliados é receita para isolamento político. Esse tipo de discurso enfraquece a direita e obriga novas lideranças a buscar caminhos diferentes.
A TRIBUNA E O PARLAMENTO
Os vereadores Barba e Xandão da Saúde (PSD) protagonizaram um raro e bom embate na tribuna da Câmara. Xandão cobrou transparência sobre emendas parlamentares, citando nomes e valores. Barba não gostou e rebateu. O pano de fundo do bate-boca é impublicável, mas dizem que nos bastidores o clima foi ainda mais quente.
Foi bom ver a tribuna cumprir seu papel de espaço para debates — mesmo que o tom tenha passado do limite.
AS VISTAS DO BARBA
A noite não foi das melhores para o vereador Barba. Além da discussão com Xandão, ele pediu vistas de um projeto subscrito por Paulinha (PL), Maurício (PP) e Madeira (PT). O problema: não parecia conhecer o conteúdo da proposta, voltada ao enfrentamento da violência contra as mulheres e já adotada em várias cidades do país.
Resultado: críticas pesadas nas redes sociais e questionamentos se ele foi orientado ou se agiu por conta própria. De qualquer forma, pegou mal.