O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do processo conhecido como trama golpista, declarou nesta terça-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o líder de uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado.
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Durante a apresentação, Moraes exibiu um slide destacando os nomes dos réus, com Bolsonaro como principal responsável. O ministro detalhou reuniões ministeriais em que o ex-presidente e aliados discutiam estratégias para permanecer no poder, incluindo ações como o planejamento de explosões no aeroporto de Brasília, a tentativa de impedir eleitores de votarem, campanhas para desacreditar a Justiça Eleitoral e planos de atentado contra o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e ele próprio. Também foram citados os acampamentos em frente a quartéis e outras iniciativas contra a democracia.
Segundo Moraes, os réus usaram órgãos públicos para monitorar adversários políticos e executar ações contra o Poder Judiciário, buscando enfraquecer o resultado das eleições de 2022.
O relator criticou a defesa dos réus, afirmando que alegar contradições nos depoimentos do delator Mauro Cid “beira a litigância de má-fé”.
O voto de Moraes começou a ser lido às 9h e deve ser concluído por volta do meio-dia. As sessões para finalização do julgamento estão previstas para os dias 10, 11 e 12 de setembro. Após o relator, os demais ministros da turma, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, apresentarão seus votos.
Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.