
A prefeitura de Florianópolis instalou um posto de controle na rodoviária da capital catarinense para monitorar quem chega à cidade e impedir a entrada de pessoas sem moradia ou trabalho. A medida, anunciada pelo prefeito Topazio Neto (PSD), tem como objetivo oferecer “passagem de volta” a migrantes que desembarquem sem condições de se manter na cidade. Segundo a administração municipal, mais de 500 pessoas já foram encaminhadas de volta aos seus locais de origem.
O ponto é administrado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que afirma atuar em caráter humanitário. Em vídeo publicado nas redes sociais, Topazio disse que o controle busca manter “a ordem e as regras”. “Quem chega sem trabalho ou sem local para morar recebe passagem para a cidade de origem ou onde tenha um parente”, afirmou o prefeito.
A ação, no entanto, gerou forte reação de internautas e entidades de direitos humanos, que apontam possíveis violações ao direito constitucional de ir e vir. Críticos também afirmam que o controle na rodoviária pode reforçar estigmas e práticas de exclusão contra pessoas em vulnerabilidade social, sobretudo migrantes internos e pessoas em situação de rua.
Em resposta, a prefeitura sustenta que o atendimento é feito por profissionais da assistência social, com foco na proteção e no encaminhamento de pessoas em risco. Ainda assim, a triagem tem sido interpretada por parte da população como uma barreira simbólica à entrada de pessoas pobres na capital, reacendendo o debate sobre políticas de acolhimento urbano.
Topazio também afirmou ter denunciado ao Ministério Público o envio “irresponsável” de pessoas de outros municípios para Florianópolis, sem qualquer vínculo com a cidade. Segundo ele, o controle será intensificado durante o verão, quando aumenta o fluxo de visitantes e migrantes, especialmente em busca de oportunidades de trabalho temporário.
