Patrícia foi encontrada morta no porta-malas de seu carro, estacionando em um supermercado em São José, na noite de sábado (11). No dia anterior, ela teria sido sequestrada pelo companheiro, apontado pela polícia como o principal suspeito. A identidade dele não foi divulgada pela polícia.
Para a delegada Daiana da Luz, da DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) de Palhoça, há indícios de feminicídio. Patrícia apresentava marcas no pescoço, que sugerem estrangulamento, mas ainda não há confirmação da causa da morte pelo IML (Instituto Médico Legal).
A polícia segue nas buscas pelo suspeito. A investigação teve acesso a câmeras de segurança de vizinhos da vítima e do supermercado, mas, por questão de sigilo, o teor das imagens não foi divulgado.
Família estranhou ausência em visita à mãe
“A minha mãe era uma pessoa brincalhona e carinhosa”, conta a filha de Patrícia. A jovem, de 25 anos, prefere se preservar e não divulgar o próprio nome, assim como os das irmãs menores.
Patricia era de Rodeio, mas morava na Ponte de Imarium, em Palhoça, há alguns anos. Divorciada, gostava de dançar em bailes na região, onde conheceu, há um ano, o hoje suspeito de sua morte. “Ela era alguém que procurava ser feliz, mas tinha uma vida muito sofrida, lutava contra a depressão”, conta a filha.
Recentemente, a mãe da Patrícia teve um AVC. Diariamente, antes de ir trabalhar em uma fábrica de condimentos perto de onde morava, ela visitava a mãe. Eventualmente, aparecia para almoçar. Como não foi na sexta-feira (10), a família suspeitou.
Relacionamento conturbado
A filha de Patrícia conta que o relacionamento era conturbado. “Ela falava que tinha medo, mas não contava a gravidade”, explica. A vítima e o companheiro moravam em uma mesma casa, e a filha em outra, no mesmo terreno.
No dia do desaparecimento, a câmera de segurança de um vizinho mostrou Patrícia sendo colocada à força em seu carro, um Renault Clio, pelo cônjuge. No sábado (11), a família foi informada que o carro estava estacionado em um supermercado, com o corpo dela no porta-malas.
Patrícia não chegou a denunciar o suspeito por medo, conta a filha. “Ele mexia com o psicológico dela, não a deixava respirar”, conta.
No domingo (12), as três filhas fizeram um velório rápido, por causa da pandemia de Covid-19, e sepultaram a mãe.