Um neurocirurgião residente na cidade de Santos, localizada no litoral do estado de São Paulo, está sob investigação por posse de material pornográfico infantil e alegados abusos sexuais contra pacientes inconscientes. O indivíduo em questão é João Luís Cabral Júnior, com 52 anos de idade, que chegou a ser detido, mas posteriormente foi liberado. Sua defesa, representada pelo advogado Eugênio Malavasi, afirmou que ele provará sua inocência no momento apropriado do processo.
As autoridades policiais realizaram uma busca na residência do médico, localizada no bairro Ponta da Praia, com base em um mandado relacionado a uma investigação sobre a posse de material contendo cenas explícitas ou pornográficas envolvendo crianças e adolescentes.
Ao ser confrontado pelos agentes da lei, João Cabral se identificou como um respeitado neurocirurgião. Questionado sobre as acusações, ele negou qualquer envolvimento em atividades criminosas. No entanto, durante a busca, foram apreendidos quatro laptops, um computador, um disco rígido externo e o telefone celular do suspeito. Uma análise inicial revelou a presença de arquivos contendo cenas de menores em situações de vulnerabilidade sexual.
Além disso, a equipe policial encontrou vídeos produzidos pelo próprio médico. Um deles mostrava o médico filmando por baixo da mesa uma paciente que usava saia durante uma consulta médica. Outro arquivo continha um vídeo da genitália de uma paciente sedada em uma maca antes de uma cirurgia. Também foram encontradas imagens de uma jovem dormindo com camisola e calcinha em um quarto de hospital.
Além disso, havia arquivos nos quais o médico tirava uma "selfie" no mesmo ambiente em que filmava uma paciente aparentemente sedada. Ele levantava a coberta da paciente, afastava sua roupa íntima e tocava na genitália dela. As autoridades classificaram esse ato como estupro de vulnerável, e o médico foi detido em 26 de setembro. Todo o material apreendido foi encaminhado para análise das autoridades.
Segundo Eugênio Malavasi, advogado de João Cabral, o suspeito foi liberado durante a audiência de custódia devido à ausência dos requisitos legais para manter a prisão preventiva.
Por sua vez, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que o registro profissional do médico foi suspenso por decisão judicial em 2 de outubro. O Cremesp também está conduzindo sua própria investigação sobre o caso, que está sob sigilo de acordo com a lei.
De acordo com informações disponíveis no site do Instituto João Luis Cabral, o médico se formou em neurocirurgia em 2000 e, sete anos depois, atuou como médico militar no Exército Brasileiro. O site enfatiza o compromisso de João Cabral com um atendimento médico humanizado, priorizando o paciente em vez de sua condição de saúde e buscando constantes atualizações médicas. O médico aspira a ser uma referência em neurotrauma e dor na Baixada Santista e na região circundante.