Grandes quantidades desses moluscos caracterizados como caramujo-gigante-africano foram encontradas na Ilha de Santa Catarina, em Itajaí e Tubarão, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC). Em Florianópolis, moradores reclamam da sua proliferação em pontos de ônibus de diferentes bairros, em terrenos baldios e, até mesmo, próximo de escolas.
O que muitas pessoas não sabem é que essa espécie não tem um predador e, portanto, deve ser eliminada manualmente, pela ação humana. Segundo a bióloga da Dive-SC, Renata Ristoli Gatti, cada município é responsável por conter a proliferação em áreas públicas, através de suas prefeituras. Já nos terrenos particulares, a eliminação é de responsabilidade dos moradores.
— A Dive-SC tem orientações de como conter a proliferação desses caramujos, porque ela não é feita de qualquer jeito. Não se deve colocar sal ou veneno, por exemplo. E não adianta nada tirar os caramujos, sem eliminar seus ovos — orienta.
O correto, ainda segundo a bióloga, é queimar os moluscos e procurar fazer o descarte de suas cascas em locais adequados para que a "casa" dos caramujos não se tornem criadouro dos mosquitos Aedes aegypti.
Locais preferidos pelos moluscos
Os moluscos preferem locais onde encontrem alimento facilmente, como entulhos, locais com acúmulo de lixo e hortas. Segundo a bióloga Renata Ristoli Gatti, o maior problema é quando os caramujos estão no mesmo ambiente dos ratos:
— As fezes dos ratos podem infectar o molusco, que vai passar pelas hortas e os alimentos cultivados nesses locais. Se uma pessoa comer um alimento sem a devida higienização, pode ser contaminada. Se uma criança brincar com um caramujo, também pode ser infectada — alerta.
Como identificar um caramujo-gigante-africano
O caramujo exótico não deve ser confundido com o caracol nativo brasileiro, pois, segundo a Dive-SC, a eliminação do caracol pode implicar no desequilíbrio ecológico da fauna brasileira.
Como eliminar os caramujos
Os moluscos devem ser coletados dos locais onde forem encontrados e descartados corretamente, seguindo as orientações da Dive-SC:
- Proteja a pele e as mucosas: não coma, fume ou beba durante o manuseio do caracol;
- Em caso de contato acidental, lave as mãos com água e sabão;
- Recolha também os ovos da Achatina fulica, que ficam semienterrados;
- Coloque em ambiente adequado para incineração (incinerador, forno, latão);
- As conchas devem ser quebradas utilizando um martelo ou pisando em cima com calçado adequado (tênis ou botas);
- Podem ser despejados em valas com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos ou de lençol freático.
- Coloque sempre que possível uma pá de cal virgem para impermeabilizar o solo e para não atrair outros animais, principalmente se uma grande quantidade for coletada (cuidado, a cal queima a pele), fechando a vala com terra;
- Retire as luvas e lave muito bem as mãos.