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Variedades
21/07/2021 13h53

Recém-formado da UniSul desenvolve guia de acessibilidade na WEB

Gustavo Farias Medeiros é formado em Sistemas de Informação e desenvolveu um projeto de inclusão para cegos no ambiente virtual
Recém-formado da UniSul desenvolve guia de acessibilidade na WEB

Com abundância de vagas no mercado de trabalho, salários atrativos e com a possibilidade de atuar remotamente, a área de tecnologia é uma das que mais crescem em todo o mundo.


Atento aos benefícios de ser um profissional de TI e por se identificar pela área, Gustavo Farias Medeiros decidiu que faria uma faculdade de tecnologia ainda no ensino médio, mas não imaginava que, aos 22 anos, já estaria atuante e desenvolvendo projeto de impacto social que tem como objetivo auxiliar desenvolvedores na construção de páginas mais acessíveis, independentemente da plataforma tecnológica utilizada.


Medeiros percebeu que poderia colaborar para facilitar a vida de outras pessoas cegas ao desenvolver um projeto que torne o ambiente online mais acessível. Usando suas próprias experiências profissionais e de vida, o profissional decidiu que seu trabalho de conclusão de curso seria um guia de recomendações de acessibilidade WEB, com intuito de ajudar profissionais da área de desenvolvimento de software, a conseguirem fazer páginas mais acessíveis a pessoas cegas e com algum grau de deficiência visual.


“A escolha pelo tema acessibilidade para minha conclusão de curso reflete bem o que eu vivo no dia a dia, eu como uma pessoa cega entendo as dificuldades e sei quais são as barreiras vividas principalmente na internet. Eu percebi o quanto precisamos evoluir nesse aspecto e a minha ideia é mostrar como as empresas precisam pensar na importância da inclusão. É preciso inserir mais a sociedade e trazer essa questão da acessibilidade na tecnologia para a pauta”, reforça.


O projeto tem como objetivo orientar quem pretende atuar como desenvolvedor de páginas da WEB, oferecendo diretrizes e recomendações para que seus trabalhos sejam inclusivos e capazes de promover acessibilidade.


O trabalho foi desenvolvido com base em uma pesquisa-questionário que o analista criou e conseguiu compilar os reais desafios e necessidades enfrentados por pessoas cegas no ambiente virtual.


“Realizei uma pesquisa focada em entender os problemas enfrentados pelo meu público-alvo e procurei entender quais eram as habilidades e quais as melhorias que eram sugeridas. Tive mais de 50 respostas, o engajamento foi bem positivo e fiquei muito satisfeito”, comenta Medeiros. “Outro ponto importante foi a validação do guia feita com profissionais de desenvolvimento de software, professores de computação e com pessoas cegas, que responderam perguntas sobre a estrutura do guia. Isso me deu muita segurança do que estava fazendo”, conclui.


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A trajetória acadêmica até a faculdade

Deficiente visual desde que nasceu, o analista conta que sua trajetória acadêmica desde a escola nunca foi fácil, principalmente pela falta de preparo da escola pública para receber um aluno cego. 


“Minha relação com a educação antes de chegar na universidade envolveu muitos desafios. Tive alguns percalços no meio do caminho e alguns problemas de aprendizado, principalmente com matemática. Por isso, precisei desdobrar para aprender muita coisa sozinho. Na infância fiquei bem desanimado, mas percebi aonde poderia chegar com os estudos e segui empenhado e sonhando em alcançar todos os meus objetivos”, destaca.


Ao entrar na faculdade, o ex-aluno da UniSul, integrante do Ecossitema nima Educação, já sabia o caminho que ia seguir e entre o curso de Jornalismo e Sistema de Informação, que eram suas principais opções, optou pela área da tecnologia.


 “Eu descobri o mundo tech e da computação com 14 anos com alguns amigos da escola e com colegas cegos que eu fiz amizade pela internet. Conheci um rapaz que programava e fui descobrindo esse mundo que me encantou”, comenta.


Medeiros também diz que fatores como o crescimento da área e a possibilidade de trabalhar com mais acessibilidade pesaram na hora da definição por qual carreira iria seguir. “Vejo que a área de Tecnologia é muito mais promissora para mim e para o que eu quero para a minha vida, além de oferecer mais oportunidades de empregos, e ser uma área muito mais inclusiva”.


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As expectativas para o futuro

Com a conclusão do curso, o profissional pretende focar em sua carreira e espera que seu trabalho de conclusão de curso ajude outras pessoas da área. A ideia é que ele consiga implantar o seu guia em uma empresa que não tenha nenhuma política de acessibilidade para que a partir do guia se torne uma organização preocupada com o tema.


“Espero muito que esse trabalho sirva como referência e que ajude profissionais e empresas a pensar de forma mais acessível, usando meu guia como referência para melhorar a acessibilidade em suas plataformas. Liberei meu projeto para ser melhorado e até para ser usado comercialmente, com o intuito de que o assunto seja disseminado. Quero que a comunidade pense mais sobre acessibilidade”, destaca.


“Meu grande objetivo é que esse trabalho impacte positivamente a discussão sobre acessibilidade. Quem sabe um empresário veja o que fiz leve para sua empresa e perceba o que precisa melhorar. Eu espero muito que as pessoas com cegueira sejam beneficiadas com esse projeto. Pretendo utilizar esse trabalho profissionalmente. Um dos meus interesses na carreira é liderar a iniciativa de implantar a cultura de acessibilidade dentro de uma empresa. Quero colocar a acessibilidade dentro da cultura de desenvolvimento de software, para que as pessoas pensem na acessibilidade desde o desenvolvimento do projeto até a entrega para o cliente”, conclui.



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