Pela primeira vez desde 1991, São Paulo e Rio de Janeiro registraram mais moradores deixando os estados do que chegando de outras regiões, conforme o Censo 2022 do IBGE. Entre 2017 e 2022, São Paulo teve um saldo negativo de 89,5 mil pessoas, enquanto o Rio perdeu 165,3 mil habitantes para outros estados. O cenário marca uma mudança no padrão migratório, indicando perda de força dos maiores polos do Sudeste como destino principal de quem busca novas oportunidades.
Na contramão, Santa Catarina foi o estado que mais recebeu novos moradores no país, somando um saldo positivo de 354,3 mil pessoas no período, com destaque para a chegada de migrantes do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. O crescimento representa um aumento de 4,66% na população catarinense por conta da migração interna, a maior taxa registrada no Brasil.
Além de SC, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso também tiveram saldo migratório positivo, atraindo pessoas em busca de emprego, qualidade de vida e novas oportunidades. Goiás teve um ganho de 186,8 mil moradores, Minas Gerais atraiu 106,5 mil pessoas, e Mato Grosso, 103,9 mil, impulsionado por fatores como expansão agrícola e investimentos em infraestrutura.
O Nordeste segue com tendência de perda populacional para outras regiões, com exceção da Paraíba, que registrou saldo positivo de quase 31 mil moradores. Já o Distrito Federal também passou a perder população, principalmente para Goiás, refletindo a expansão de áreas urbanas no entorno da capital federal.
O levantamento também revelou que a migração interna no Brasil é predominantemente jovem: pessoas entre 25 e 34 anos representaram a maior parte dos fluxos migratórios, indicando que trabalho, estudo e busca por moradia estão entre os principais fatores das mudanças de estado no país.