Geral
01/05/2019 16h00
No país: “Ainda não estou acreditando”, diz viúva de professor morto por aluno
O professor e coordenador foi executado a tiros na tarde de terça-feira (30), dentro da sala de professores da escola. O adolescente de 17 anos apontado como o autor dos disparos foi apreendido por policiais
Daiane Alves, 31 anos, definiu o marido, Júlio Cesar Barroso, 41, como pai, marido e profissional exemplar. Ele também deixa dois filhos.
A esposa do professor e coordenador do Colégio Estadual Céu Azul, Júlio Cesar Barroso de Souza, 41 anos, a técnica de enfermagem Daiane Alves, disse ainda não acreditar que o marido está morto.
“Ainda não é possível acreditar no que aconteceu. A ficha não caiu. Estávamos juntos há 15 anos e eramos casados há oito. Vai me fazer muita falta”, comentou a viúva.
“Júlio era um pai, marido e professor exemplar. Temos um casal de filhos pequenos, 3 e 6 anos, e eles estão muito tristes e provavelmente não compreenderam que não vão ver o pai nunca mais. O que sinto agora é dor. Vamos seguir a vida. Vou trabalhar para cuidar dos meus filhos que é o que ele também faria”, lamentou.
O professor e coordenador foi executado a tiros na tarde de terça-feira (30), dentro da sala de professores da escola. O adolescente de 17 anos apontado como o autor dos disparos foi apreendido por policiais do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Valparaíso (GO), por volta das 12h30 desta quarta-feira (1º) no Pedregal (GO), na casa de uma conhecida da família dele.
A informação foi confirmada pelo delegado responsável pela investigação, Rafael Abrão. O menor foi conduzido até o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) do Céu Azul.
Homenagem
Um dia depois do assassinato, professores do colégio se reuniram em frente ao colégio para prestar homenagens à vítima e pedir mais segurança nos instituições de ensino da região. Muito emocionados e vestidos de preto, em sinal de luto, lembraram os últimos momentos do colega e o terror que passaram na tarde de terça-feira (30).
A professora de artes visuais Maria Florência Benitez, 57, disse que foi uma das primeiras a ver o coordenador caído no chão, ensanguentado. “Estava entrando em sala para começar uma aula quando ouvi quatro disparos. Vi de longe o pé dele e achei que ele ainda estava vivo. Saí correndo e, quando entrei na sala dos professores, o Júlio estava agonizando”, contou.
A educadora disse que ficou ao lado do colega, segurou a mão dele e pediu para que não se mexesse. “A cena ficará marcada para sempre na minha cabeça. O Júlio César era um professor íntegro, sereno. Muito querido e reservado. Perdemos um grande companheiro”, destacou.
A coordenadora pedagógica Aline Arantes, 37, trabalhava lado a lado com a vítima. “Um cara tranquilo que jamais levantou a voz para alguém. Uma excelente pessoa. Ficamos muito surpresos. O aluno tinha um perfil intimidador, mas nunca pensamos que isso poderia acontecer aqui. Estamos muito abalados”, pontuou.
Fonte: Metropoles