A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou nesta quinta-feira (16) uma norma proibindo a venda de medicamento à base de nitazoxanida sem receita médica especial. A droga é comercializada em forma de vermífugo com o nome de Annita.
O medicamento é o remédio cujo nome não foi divulgado pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, na quarta (15), quando ele informou que a pasta começará a testar em pacientes com o novo coronavírus um medicamento que, em laboratório, reduziu em 93,4% a carga viral em células infectadas pelo vírus.
"Fiz questão de não saber este nome para evitar uma correria em torno deste medicamento enquanto não temos certeza de que ele vai funcionar para isso", afirmou o ministro Marcos Pontes.
A nova regra da Anvisa incluiu medicamentos à base de nitazoxanida na lista de substâncias controladas. Com isso, a sua entrega ou venda nas farmácias e drogarias só poderá ser feita para pessoas com a receita especial em duas vias - uma ficará retida na farmácia e outra, com o paciente.
A Anvisa esclareceu em seu site que, “para evitar que os tratamentos em curso sejam interrompidos”, até o dia 15 de maio as pessoas poderão continuar comprando os medicamentos com receita comum. Ainda assim, o farmacêutico está obrigado a registrar na receita a comprovação do atendimento.
Com o novo enquadramento, as farmácias e drogarias também são obrigadas a registrar todas as entradas e saídas do medicamento e o seu estoque, além dos dados dos consumidores.
Cientistas já testaram dois mil medicamentos com o objetivo de identificar fármacos capazes de inibir proteínas fundamentais para a replicação viral. Pesquisadores encontraram seis moléculas eficazes, que seguiram para testes in vitro. Nessas testagens, dois deles reduziram a replicação viral em células.