Maria Gonçalves, de 60 anos, estava em casa, no bairro Areado, tomando um café logo depois das 9h quando escutou os cachorros latirem incansavelmente. Ao sair do imóvel para averiguar o que estava acontecendo, veio a surpresa: um grande cervo, com pintas e chifres, corria dos cães em meio às águas de uma cachoeira.

Maria ficou tão impressionada que nem lembrou de pegar o celular. Foi o neto de 19 anos que sugeriu que a avó fizesse o registro. Ela mora no local, ao lado de uma extensa área de mata e de uma cachoeira, há 15 anos. Desde então, diz já ter visto bugio, tatu, capivara e outros animais silvestres, mas nunca algo parecido com o cervo.

Espécie indiana

O biólogo Francisco Carneiro confirmou se tratar do cervo indiano, da espécie Axis axis. É a mesma flagrada em uma rua em Jaraguá do Sul no ano passado. Porém, apesar de bonitos, o “visitantes” são considerados invasores e podem gerar impactos negativos na fauna.

A hipótese de especialistas é de que a espécie exótica tenha sido introduzida no Brasil em fazendas de caça, para que caçadores pagassem para matar o animal. O primeiro registro oficial dele no Estado foi feito em 2019 em São José do Cedros, no Oeste catarinense.

O animal é herbívoro. Segundo o Instituto do Meio Ambiente (IMA), ter ou criar o cervo da espécie Axis em Santa Catarina configura crime ambiental.