Um adolescente de dezessete anos morreu na semana passada vítima de um mal súbito no Cedup, em Tubarão. Ele participava de atividades físicas durante uma aula e teve um colapso. O Corpo de Bombeiros e o Samu foram acionados e tentaram reanimar o adolescente por mais de uma hora, mas ele não resistiu.
Nós conversamos com a Dra. Louise Schweitzer, cardiologista fetal e pediátrica no Complexo Médico ProVida, para explicar sobre o assunto. Ela falou sobre a prevenção, com a realização de exames e tratou também da difusão do conhecimento do suporte básico de vida, que pode ajudar nos primeiros socorros a alguém em mal súbito.
Assista:
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“É isso que machuca um cardiologista quando ouvimos essas notícias; sabemos que os mal súbitos vão acontecer, o que me incomoda é a falta de treinamento para saber abordar uma criança ou adolescente na hora da parada cardíaca”, alerta.
“Uma criança que para durante cinco minutos tem a sua chance de ser reanimada abaixo de 10%, se for assistida na hora, as chances de sobrevivência chegam a até 80% de chance”, afirma. No Brasil, as estatísticas apontam que as mortes ficam entre 1 a 4 pessoas de menos de 35 anos em 100 mil habitantes.
“Os sintomas geralmente se dão em momentos de esforço físico maior: dor no peito ao jogar futebol, um cansaço desproporcional em relação aos colegas da mesma idade, e também é necessário olhar para o histórico familiar”, explica.
“Hoje a gente já faz exames dentro da barriga da mãe, então algumas cardiopatias estruturais que já se manifestam na barriga da mãe, já se consegue identificar; mas conforme crianças saudáveis vão crescendo, podem desenvolver doenças. O eletro e o ecocardiograma são exames acessíveis e que podem prevenir”, aponta.
“O que eu sinto falta é de uma política pública, um treinamento nas escolas e creches, algo nesse sentido que preparasse as pessoas para um momento delicado como esse e soubessem agir”, reitera.