A maré alta, classificada como um tsunami meteorológico, danificou pelo menos 34 casas e cinco estabelecimentos comerciais em Jaguaruna na madrugada desta segunda-feira (2). O levantamento foi feito pela Defesa Civil do município.
O fenômeno natural avançou quadras e impactou mais de 16 quilômetros de orla.
Entre os balneários atingidos estão Esplanada, Copa 70, Campo Bom e Arroio Corrente. “A lista de imóveis danificados pode ser ainda maior. Os números que temos foram os que conseguimos catalogar”, explicou Maicon Laureano, coordenador da Defesa Civil de Jaguaruna.
A força de água derrubou muros e portões, arrombou portas de casas e comércios e arrastou areia para vias públicas e até para dentro de residências. Não há registro de pessoas feridas. “O horário que ocorreu o evento, por volta da 1h30, contribuiu para atenuar o desastre, já que não havia pessoas na orla. Para a nossa sorte, não tivemos danos humanos. Mas se fosse em uma alta temporada, a gente poderia ter passado por uma tragédia”, avaliou.
A Defesa Civil de Santa Catarina afirmou que o tsunami meteorológico foi causado por uma intensa linha de instabilidade que, formadas por tempestades alinhadas, geram alterações bruscas na pressão atmosférica e ventos fortes. Esse conjunto de fatores cria pulsos de pressão que se propagam no oceano, amplificando as ondas à medida que se aproximam da costa.
“Quando há uma ressonância quase perfeita entre a velocidade da linha de instabilidade e das ondas no oceano, o efeito é intensificado, causando um avanço súbito do mar”, detalhou o meteorologista Caio Guerra.
Apesar dos estragos, as estruturas das casas e comércios não chegaram a ser prejudicadas. Não há desalojados e nem desabrigados. “Nosso trabalho foi mais orientar as pessoas de como efetuar a limpeza dos seus pátios. As equipes da prefeitura também já iniciaram os serviços de limpeza das ruas”, disse Laureano.
A Central de Monitoramento da Defesa Civil estadual apontou que no mesmo momento, em Balneário Rincão, município vizinho de Jaguaruna, uma estação maregráfica registrou um aumento de um metro no nível do mar em poucos minutos.
“Em algumas partes, as dunas funcionaram como uma barreira natural. Mas em outras, onde elas já não mais existem, a água chegou a avançar 150 metros em áreas residenciais”, calculou o coordenador da Defesa Civil de Jaguaruna.