Em entrevista concedida na noite de terça-feira, 5 de março de 2025, ao HC Notícias, o advogado Matheus Livramento explicou que sua atuação no caso de Nunzio Bevilacqua iniciou em 2021 e se estendeu até 2022, quando deixou de representar o italiano. Ele conta que foi procurado por Nunzio para atuar em uma demanda de direito de família, envolvendo questões de guarda e pensão alimentícia, de forma consensual. Segundo Matheus, inicialmente não havia qualquer menção às graves acusações que posteriormente passaram a ser divulgadas por Nunzio em redes sociais e veículos de comunicação.

“Conheci Nunzio em 2021 e no início de 2022 ele me trouxe essa demanda familiar, que envolvia apenas a guarda e a pensão do filho. Começamos uma tratativa direta com a advogada da outra parte, sempre de forma consensual, e, até o momento, ele nunca mencionou qualquer dessas denúncias que agora divulga. Essas acusações só surgiram no meio da negociação com a parte contrária, quando me comunicou que havia recebido uma denúncia anônima, que mudaria o rumo da nossa negociação. Mas nunca me apresentou nenhuma prova de que isso fosse verdade”, explicou o advogado. 
Ainda segundo Matheus, durante as negociações com a parte contrária, Nunzio começou a exigir que os e-mails enviados à outra parte fossem redigidos com as suas próprias palavras e fazendo insinuações sobre essa suposta história que ele conta. “Ele queria que eu escrevesse para a advogada da parte contrária fazendo insinuações sobre essa história, provavelmente para deixar registro dessas insinuações em meu nome e dar mais credibilidade para a narrativa, o que eu obviamente me recusei a fazer. Meu papel era atuar representando os interesses dele e da filha perante a outra parte, dentro dos limites da matéria que discutíamos, e não fazendo insinuações sobre fatos que eu nunca tive qualquer prova, nem sequer sabia da origem dessa suposta denúncia anônima”, complementa.
Matheus também revelou que Nunzio pediu para ingressar com uma ação de investigação de paternidade, após receber a suposta denúncia anônima, e decidiu que não faria mais acordos com a mãe da criança. Contou também que, ao contrário do que narra o jornal italiano, Nunzio que exigiu fazer a coleta de sangue para o exame em São Paulo, pois não gostaria de encontrar a mãe da criança novamente.

O exame realizado durante a ação judicial confirmou a paternidade. “Após receber o resultado do exame e não contente com o fato de eu não escrever as insinuações absurdas que ele pedia para enviar a advogada da parte contrária, me comunicou que ficaria apenas com uma advogada do Rio de Janeiro que já acompanhava o caso e, a partir daí, perdemos o contato. Nesse período em que fui advogado de Nunzio, ele nunca me apresentou nenhuma prova dessa suposta organização ou que qualquer desses fatos narrados na reportagem aconteceram”, reforçou Matheus.
Passado o desligamento do caso, o advogado foi surpreendido ao ser procurado por Edson Ribeiro, advogado que afirmava estar investigando diversas pessoas em Tubarão, inclusive as que participaram do processo judicial. Edson questionou Matheus sobre o laboratório responsável pelo exame de DNA, insinuando que haveria alguma irregularidade na coleta ou no resultado. “Foi muito simples de responder, mostrei todas as conversas de Whatsapp e e-mails que eu tinha com o laboratório e com o Nunzio, deixando claro que eu nunca tive qualquer relação com esse laboratório, nem sequer sabia da existência dele até o momento em que o próprio Nunzio exigiu que a coleta fosse feita em São Paulo”, detalhou.
Matheus conta também que foi chamado a prestar esclarecimentos à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), após Nunzio protocolar uma representação formal contra ele. “Apresentei toda a documentação que tinha, com provas claras de que as acusações dele são completamente infundadas. A representação foi arquivada de pronto, porque ficou evidente que não havia qualquer irregularidade na minha conduta e que ele não tinha nenhuma prova de nada do que alegava, não passando de uma teoria da conspiração”, disse.

Mesmo após o arquivamento, Matheus conta que voltou a ser surpreendido no final de 2024, quando começaram a circular entrevistas e vídeos gravados por Nunzio na Itália, nos quais novamente seu nome era citado. As falas do italiano foram amplificadas neste ano em uma matéria sensacionalista publicada por um veículo europeu e, recentemente, o conteúdo chegou a Tubarão e região. “Ele expôs indevidamente minha imagem, a da juíza do caso, do promotor e até de funcionários do hospital onde a criança nasceu. E tudo isso sem nunca ter apresentado uma única prova ou sequer um indício de que qualquer desses fatos pudessem ser verdadeiros. O próprio advogado dele, Edson Ribeiro, relatou que não conseguiu apurar absolutamente nada e que sua investigação foi inconclusiva”, conta Matheus.

O advogado avalia que a denúncia de Nunzio é feita usando acusações graves para chamar atenção da imprensa sensacionalista. “Essa história é sustentada por ele há três anos sem provas. Nenhuma denúncia formal, nenhum inquérito, nada foi apurado por nenhuma autoridade policial e, inclusive, pelo advogado dele. Apenas uma narrativa infundada jogada em vídeos e entrevistas para gerar manchete”, criticou. Por fim, Matheus ressaltou que a jornalista responsável pela última matéria, gravada em frente à residência da mãe da criança, foi totalmente tendenciosa, não pretendia investigar nada, e tinha nitidamente como única intenção manchar a imagem das pessoas que foram expostas. “Se ela realmente buscasse a verdade, me procuraria para esclarecer os fatos. Mas ela e Nunzio sabem que a resposta que eu tenho para dar certamente não interessava para a narrativa que eles queriam construir”, concluiu.
Com a repercussão crescente da história, Matheus, juntamente com as outras pessoas expostas, busca esclarecer publicamente os fatos veiculados para não manchar sua reputação profissional e cobra responsabilidade dos veículos que divulgam o conteúdo sem verificar a veracidade das informações.