Confira na edição do Politicando desta semana os bastidores que movimentaram a política catarinense. O deputado Pepê Collaço fala sobre permanência no Progressistas, mesmo com o desconforto de prefeitos da região. A deputada Júlia Zanatta deve deixar o PL em busca de espaço ao Senado, e Clésio Salvaro articula nos bastidores para ser vice na chapa de João Rodrigues em 2026. Tem ainda detalhes da fusão entre PSDB e Podemos, federações em xeque e disputas pelo comando de partidos que prometem esquentar os próximos meses.
GRANDES GESTOS
O prefeito de Pedras Grandes, Agnaldo Felipe e o governador Jorginho Mello conversaram durante esta semana e o resultado dessa conversa foi muito positivo para ambos. Relatar a história dos contraditórios dessas duas lideranças vai levar tempo. Então, proponho comentar os gestos feitos e a conversa positiva que aconteceu. Hoje percebe-se que, em política, brigas não constroem pontes e nem hospitais. Mas quando se tem diálogo, a corda frouxa, e o resultado é bem melhor. Com isso, verbas foram sinalizadas e, em breve, depositadas nas contas da prefeitura.
FEDERAÇÃO, FUSÃO E INCORPORAÇÃO
Assuntos foram destaque político durante a semana. Trata-se da federação entre o União Brasil e o Progressistas, consolidada, bem como a fusão ou incorporação entre Podemos e PSDB. Cada caso é um caso diferente entre si. Vamos entender melhor os casos em questão. Primeiro, na federação, os partidos atuam como uma única entidade partidária durante toda a legislatura (mínimo de 4 anos). Assim, a fidelidade partidária vale para a federação como um todo, e não apenas para o partido individual.
OLHA A INFIDELIDADE
Se o político eleito por uma federação sair da federação (ou do partido integrante), sem justa causa, ele pode perder o mandato por infidelidade partidária. O objetivo da federação partidária no Brasil é permitir que dois ou mais partidos políticos se unam de forma estável e duradoura para atuar como uma única legenda nas eleições e no funcionamento parlamentar.
Diferente das coligações (que só valem para o período eleitoral), as federações exigem uma atuação conjunta por pelo menos quatro anos, mantendo unidade em votações e estratégias. Isso é bem diferente da fusão ou incorporação.
FUSÃO
No caso da fusão entre PSDB e Podemos, o PSDB recebe o Podemos. O difícil, em Santa Catarina, com essa fusão ou incorporação entre os dois partidos, é que o Podemos está muito próximo do governo Jorginho, com quem quer coligar em 2026. Já o PSDB tem o deputado Marcos Vieira como pré-candidato ao governo e não está na base do governo do PL. Pressupõe-se que essa união não nasça tão forte como se pensa e planeja. Os partidos têm até junho para consolidar essa junção.
NA FUSÃO, BRIGAS PELO COMANDO
Brigas pelo comando da fusão ou incorporação já declarada entre a deputada Paulinha, do Podemos, e o deputado Marcos Vieira, do PSDB. Ambos são presidentes das suas siglas aqui no estado. Essa fusão ou incorporação, ainda no limbo aqui no estado, já começa com uma disputa pelo poder do novo partido. Ambos os deputados afirmam que terão o comando. Porém, a deputada Paulinha, que preside o Podemos catarinense, enviou nota afirmando que ela segue na condução do partido. Tem quem aposte que Paulinha saia do Podemos caso não fique com a presidência estadual. Muitos capítulos ainda virão.
DEBANDADAS DOS PREFEITOS
A debandada no Progressistas pode virar realidade aqui em Santa Catarina, devido a não concordância com esta federação. Todos pisam em ovos e não declaram publicamente que não foram comunicados e que tudo veio de cima pra baixo.
A base do partido alega que não foi consultada, e por isso pode haver essa debandada em várias cidades do estado. Já os parlamentares não veem a possibilidade dos prefeitos deixarem a sigla devido tal fato, mas admitem que, até abril de 2026, poderão perder, sim, por outros motivos. Aqui na Amurel, o prefeito Agnaldo Felipe e o prefeito Helinho, ambos do PP, estão descontentes dentro da sigla e agem silenciosamente.
SAI OU FICA
Em conversa com o deputado Pepê Collaço, líder do PP na Amurel, ele afirmou que convites para sair do partido sempre irão existir. Mas garante que ele e os prefeitos citados na nota acima não deixarão a sigla e vêm fortes para sua reeleição. Um detalhe apenas: antes do anúncio oficial da federação entre União Brasil e Progressistas, o partido do deputado estava mais próximo do governador do PL, pensando numa futura coligação em 2026. Agora, o foco mudou e os olhares estão mais para Chapecó.
TUDO ENCAMINHADO
A federação UB e PP já estava bem próxima do PSD de João Rodrigues, e agora parece que tudo leva a crer que está quase selado esse apoio à candidatura do candidato do PSD. O governador está preocupado com essa movimentação e não liga mais para o senador Esperidião Amin, e sim para o presidente Fábio Schiochet, do União Brasil, tentando trazer definitivamente a federação para o seu lado. A luta do governador não é em vão, mas tudo leva a crer que os inimigos políticos de Jorginho estão se alojando justamente nesta recém-criada federação. É o caso do ex-prefeito Clésio Salvaro, que poderá se filiar aos Progressistas para ser o vice de João Rodrigues numa futura chapa em 2026.
JÚLIA ZANATTA NO NOVO
A declaração do governador em prol da candidatura da deputada Caroline De Toni ao senado, obriga a deputada Júlia Zanatta, que também deseja a mesma vaga, a buscar nova sigla. O partido NOVO poderá ser a nova casa da deputada, onde o apoio do prefeito de Joinville — que não pretende renunciar ao cargo de prefeito — será total à causa da deputada, colocando-a dentro da chapa de João Rodrigues (PSD). O bom nesse processo ainda é a especulação. Isso vai muito até abril de 2026.
VERGONHA NACIONAL
A Câmara Federal aumentou, na calada da noite como sempre faz, na última terça-feira, as despesas do Brasil. Aumentou o número de deputados na Câmara Federal: passou de 513 para 531. Pasmem, 18 deputados federais a mais a partir de 2027. A Câmara priorizou o projeto de lei de autoria da deputada federal Dani Cunha (UB/RJ). Tal projeto, que foi aprovado, resultará em um aumento orçamentário de 65 milhões para os cofres minguados do Brasil, fora as emendas parlamentares. Aumentou lá, o efeito cascata aumenta aqui. Dos 40 deputados estaduais hoje, passaremos para 44 deputados em 2027. Pura vergonha! E o exemplo sempre vem de cima — negativamente.