Era sábado, 21 de janeiro de 2023, data em que o filho mais velho da vítima faria aniversário. Naquele dia, a família foi acordada pela filha mais nova dela que percebeu a ausência da mãe. Ela havia desaparecido sem avisar os familiares com quem morava, uma atitude que disseram ser incomum.
Dois meses depois, o corpo foi encontrado enterrado em uma área de mata fechada, no interior do município. As investigações apontaram que a vítima foi sequestrada, agredida e morta pela ex-sogra e pela atual companheira do seu ex-marido.
Nesta quinta-feira (22), após denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o Tribunal do Júri condenou as duas rés: a ex-sogra foi sentenciada a 29 anos, cinco meses e dez dias de prisão; a nora, a 25 anos e oito meses. Ambas cumprirão pena em regime fechado. O processo corre em segredo de Justiça.
O então companheiro da ex-sogra, que participou do sequestro e da execução, foi condenado anteriormente a 21 anos, oito meses e 15 dias de reclusão. O outro filho da ex-sogra, ex-cunhado da vítima, também foi condenado: dois anos, seis meses e dez dias, em regime semiaberto, pelos crimes de ocultação de cadáver e coação no curso do processo — ele ameaçou o companheiro da mãe para que assumisse sozinho a culpa.
Familiares e amigos acompanharam o julgamento emocionados. A sobrinha da vítima destacou:
“Ela era uma pessoa de sorriso fácil, não guardava rancor. Era batalhadora, assumia seus erros. Agora falar dela se torna mais tranquilo do que se me perguntassem ontem, porque agora ela realmente vai poder descansar e a gente também. Claro que nada disso a trará de volta, mas me dá paz e tranquilidade. Me dá total certeza de que nem tudo está perdido”.