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09/06/2025 16h13

Cid afirma que Bolsonaro editou minuta do golpe para prever prisão só de Moraes

Ex-ajudante de ordens detalhou plano para contestar eleições e acusa o ex-presidente de revisar documento golpista com aliados no Alvorada
Cid afirma que Bolsonaro editou minuta do golpe para prever prisão só de Moraes

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira, 9, ao Supremo Tribunal Federal, que o ex-presidente Jair Bolsonaro editou a chamada minuta do golpe, suprimindo trechos para manter apenas a previsão de prisão do ministro Alexandre de Moraes. A declaração foi feita durante o interrogatório conduzido pelo ministro relator Alexandre de Moraes, com participação do ministro Luiz Fux e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

 

Segundo Cid, a minuta foi apresentada a Bolsonaro em formato físico e digital, e revisada em conjunto com o ex-assessor internacional Filipe G. Martins e um jurista, cujo nome não foi revelado. O objetivo do texto seria contestar as eleições, decretar estado de sítio, prender autoridades e anular o resultado das urnas. O delator disse que o presidente considerou o documento original muito técnico e queria algo "mais duro" contra as urnas eletrônicas.

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Ainda segundo o depoimento, uma reunião com os três comandantes das Forças Armadas ocorreu na biblioteca do Palácio da Alvorada, onde o plano teria sido projetado em um telão. Mauro Cid relatou que o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o general Braga Netto estavam entre os “moderados”, enquanto o almirante Almir Garnier era um dos mais radicais.

 

Cid também confirmou que os termos “carne” e “churrasco” eram usados como códigos entre os envolvidos na tentativa de golpe. Mensagens entre militares e apoiadores indicavam que havia pressão vinda dos acampamentos para que Bolsonaro tomasse uma decisão. Outro plano mencionado foi o “Copa 2022”, que previa ações violentas contra Lula e Moraes, supostamente organizado por integrantes das Forças Especiais.

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Sobre as "minutas do golpe", Cid disse ter recebido um documento mal escrito pelo WhatsApp, mas afirmou não se lembrar do autor. Também declarou que recebeu uma caixa de vinhos de Braga Netto com dinheiro que seria usado para financiar ações violentas, como atentados contra autoridades. No entanto, alegou não saber a quantia e negou contato direto com os financiadores.

 

Por fim, o tenente-coronel ressaltou ter prestado doze depoimentos à Polícia Federal e negou ter sido coagido a mentir. Ele afirmou que presenciou os principais fatos, mas que não participou ativamente da trama. A sessão, transmitida ao vivo pela TV Justiça, é parte do julgamento de Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentar um golpe de Estado após a derrota eleitoral em 2022.


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