O programa Universidade Gratuita, que já garantiu o acesso de mais de 43 mil catarinenses ao ensino superior, está sendo investigado por suspeitas de irregularidades no cadastro de beneficiários. O foco são alunos que teriam fornecido informações falsas sobre a renda familiar para conseguir o benefício — a apuração foi determinada pelo governador de Santa Catarina.
As investigações serão conduzidas pela Delegacia de Defraudações da DEIC e pelas delegacias dos municípios onde surgiram suspeitas. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, o trabalho será dividido em duas frentes: uma vai investigar a atuação de consultorias que estariam cobrando para facilitar o ingresso no programa, e a outra vai apurar os casos de uso de documentos falsos por parte dos estudantes.
A Polícia Civil já solicitou ao Tribunal de Contas do Estado o relatório com dados detalhados sobre o programa, que será anexado ao inquérito. A intenção é esclarecer todos os casos e, se comprovadas as fraudes, responsabilizar os envolvidos.
A Secretaria de Estado da Educação (SED) também intensificou a fiscalização dos dados apresentados pelos candidatos ao Universidade Gratuita e ao FUMDESC. Com apoio da Controladoria-Geral do Estado, está sendo feito um cruzamento de informações para detectar possíveis inconsistências.
Caso as irregularidades sejam confirmadas, os estudantes terão o benefício suspenso e precisarão devolver os valores recebidos de forma indevida. As comissões de fiscalização das universidades parceiras já foram acionadas para analisar os casos individualmente e tomar as medidas cabíveis.
A partir do segundo semestre de 2025, novas regras devem tornar o processo mais seguro: os editais sairão antes das matrículas, haverá listas públicas atualizadas, simulador de carência online, canal de denúncias gratuito e maior participação de órgãos de controle nas comissões de fiscalização.