Há seis décadas, um sonho movido a carvão mineral começava a se tornar realidade em Capivari de Baixo. No dia 3 de julho, o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (CTJL) completa 60 anos como o maior da América Latina, símbolo de inovação energética, desenvolvimento regional e da força do Sul catarinense.

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Para celebrar essa trajetória, um evento especial foi realizado nesta quinta-feira (3), no próprio CTJL, reunindo empregados, empresas parceiras, autoridades políticas, imprensa e convidados. Durante a cerimônia foi inaugurada uma placa comemorativa, que ficará instalada na UTLA, eternizando os nomes dos conselheiros e diretores da Diamante Energia, além dos prefeitos de Capivari de Baixo e Tubarão – cidades diretamente ligadas à história do Complexo.

“Como prefeito de Tubarão e presidente da Amurel, agradeço à Diamante Energia por garantir uma energia de qualidade para o Sul de Santa Catarina, contribuindo com a segurança energética do Brasil. É um orgulho ver essa estrutura continuar operando com eficiência e responsabilidade ambiental, gerando empregos, fortalecendo a economia e olhando para o futuro com sustentabilidade”, afirmou Estêner Soratto.

O presidente do Conselho Administrativo da Diamante Energia, Jorge Nemr, aproveitou a oportunidade para anunciar uma novidade muito aguardada pela empresa e toda a cadeia produtiva: a assinatura do Contrato de Energia de Reserva (CER). O contrato assegura a continuidade do processo de Transição Energética Justa, prevista na Lei nº 14.299, de janeiro de 2022, durante o período de 1º de janeiro de 2026 a 31 de dezembro de 2040.

“Na semana que o CTJL comemora as suas bodas de diamante, a Diamante e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) assinaram o CER, que vai nos garantir, pelo menos até 2040, que o Complexo continue operando e crescendo. Não só o complexo, mas toda a cadeia produtiva. Hoje, comemoramos 60 anos, mas, na verdade, estamos celebrando 75 anos —  são os 60 anos de história e mais 15 anos de futuro”, acrescenta Nemr.

Como forma simbólica de resgatar a história viva do CTJL, também foi revitalizado um antigo relógio localizado na casa de máquinas, logo acima das salas de comando 1 e 2 da UTLA. O equipamento, que voltou a funcionar especialmente para a data comemorativa, estava parado há quase três décadas. Na época de sua instalação, em 1965, o sistema contava com três relógios: um na sala de comando, um na casa de máquinas e um relógio central que os coordenava. Hoje, sobrevive apenas este, que agora retoma seu lugar como marco do tempo e da memória de gerações de trabalhadores que passaram pelo Complexo.

Para o prefeito de Capivari de Baixo, Claudir Bitencourt, o município se orgulha em sediar a maior termelétrica a carvão mineral da América Latina. “Nesta data tão especial, nos cabe agradecer por todas as oportunidades nas áreas de desenvolvimento social, geração de renda, cultura e tantas outras, que o município vem experimentando através dos tempos, graças a este empreendimento de sucesso”, complementa.

Já Pedro Litsek, Presidente da Diamante Energia, entre outros pontos, destacou algumas ações implementadas pela empresa desde que assumiu o CTJL: “Desde que assumimos a gestão do Complexo, em um curto período, prefeito Estêner, estruturamos novas áreas e competências: Transformador, Proteção, Laboratórios de Calibração, Jurídico, Comunicação, Novos Negócios, Responsabilidade Social, Comercialização e Regulação. Também implantamos, prefeito Claudir, um novo sistema de gestão empresarial, o ERP, que trouxe mais eficiência e integração à nossa operação. Além disso, aumentamos nosso quadro de colaboradores: éramos cerca de 331 e, hoje, somos, aproximadamente, 378”, enfatizou.

História

O CTJL nasceu em 1965, com a geração dos primeiros watts a partir do carvão mineral, recurso abundante na região carbonífera de Santa Catarina. Sua fundação teve início com a criação da Sotelca em 1957, autorizada por lei durante o governo de Juscelino Kubitschek. A usina foi batizada em homenagem a Jorge Lacerda, ex-governador catarinense e defensor da industrialização do estado.

Ao longo dos anos, o Complexo passou por expansões estruturantes, como a entrada das unidades 3 e 4 em 1976 (UTLA), seguidas da construção da Unidade Termelétrica B (UTLB) e, posteriormente, das unidades 5, 6 e 7. A última, inaugurada em 1997, coroou o CTJL como o maior complexo termelétrico da América Latina, com potência instalada de 740 MW.

Além de protagonista no setor elétrico, o CTJL sempre esteve à frente no quesito compromisso ambiental. Desde os anos 1980, com a instalação de precipitadores eletrostáticos, o Complexo tem investido continuamente em tecnologias de mitigação ambiental e uso responsável do carvão.

Após a privatização nos anos 1990, a gestão do CTJL passou por empresas como Gerasul e Tractebel, até chegar, em 2021, à Diamante Geração de Energia, atual responsável pela operação. Desde então, a Diamante tem apostado em eficiência, sustentabilidade e valorização de pessoas, consolidando o papel do Complexo como pilar estratégico no sistema elétrico brasileiro.