A cantora, empresária e apresentadora Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer no intestino. O diagnóstico foi revelado por ela em janeiro de 2023, quando iniciou o tratamento que se estendeu por quase dois anos.
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta nasceu no Rio de Janeiro em 8 de agosto de 1974, dois anos após o retorno do pai do exílio durante a ditadura militar. Neta de Wangry, afilhada de Gal Costa e sobrinha de Caetano Veloso, ela cresceu imersa na efervescência cultural da Tropicália.
Preta Gil usou sua visibilidade para enfrentar o racismo, a gordofobia e a homofobia. Bissexual assumida, relatou episódios de preconceito desde a infância, como quando foi expulsa do colégio após protestar contra uma fala homofóbica de uma professora. Em sua autobiografia, Os Primeiros 50, relembrou também sua primeira relação com uma mulher e episódios marcantes de resistência.
Mesmo vindo de uma família artística, começou a carreira como produtora e só lançou seu primeiro álbum, Prêt-à-Porter, aos 28 anos. O disco trouxe a marcante “Sinais de Fogo” e chamou atenção pela capa em que posava nua. Preta também se destacou no Carnaval carioca com o “Bloco da Preta”, além de atuar em novelas e programas de televisão.
Preta teve um filho, Francisco Gil, fruto do relacionamento com o ator Otávio Müller. Francisco integra o grupo Gilsons, ao lado de Bem e José Gil. Em sua trajetória amorosa, Preta passou por casamentos e separações marcantes, como com Rodrigo Godoy, de quem se divorciou em meio ao tratamento do câncer, após denúncias de traição.
Ao longo do tratamento, Preta fez cirurgias, quimioterapia e chegou a enfrentar uma infecção grave que a levou à UTI. Em 2023, anunciou que a doença havia entrado em remissão, mas, em 2024, enfrentou uma recidiva agressiva com metástases. Em 2025, viajou aos Estados Unidos em busca de terapias experimentais. Seu estado de saúde se agravou na última semana e ela não resistiu.