
O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta terça-feira (25) a visita dos filhos Carlos e Flávio Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde permanece detido em uma sala especial para autoridades, enquanto aguarda os próximos desdobramentos judiciais.
As visitas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e ocorreram de forma separada, entre 9h e 11h, com duração máxima de 30 minutos para cada encontro. O quarto filho, Jair Renan Bolsonaro, está previsto para visitar o pai na quinta-feira (27), seguindo as mesmas regras, enquanto outras visitas precisarão de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), exceto para médicos que atendem o ex-presidente.
Michelle Bolsonaro foi a primeira a visitar Jair Bolsonaro após sua prisão, no domingo (23), permanecendo cerca de duas horas com o ex-presidente. Ele havia sido detido no sábado (22) em sua residência, no condomínio Solar de Brasília, após tentativa de violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. Na ocasião, Bolsonaro estava acompanhado da filha, do irmão mais velho e de um assessor.
A prisão preventiva foi mantida de forma unânime pela 1ª Turma do STF na segunda-feira (24), após descumprimento das medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes, que já havia colocado Bolsonaro em prisão domiciliar em agosto. O ministro citou ações de familiares do ex-presidente, como a realização de vigília por Flávio Bolsonaro na frente do condomínio, como potenciais riscos à ordem pública.
Desde agosto, Bolsonaro cumpria prisão domiciliar após descumprir regras impostas pelo STF. A decisão pela prisão preventiva não representa o início imediato do cumprimento da pena de 27 anos e três meses a que foi condenado pelo Supremo por liderar uma organização criminosa em tentativa de golpe de Estado. A defesa ainda pode recorrer, e o relator decidirá sobre o regime de cumprimento da pena — fechado ou domiciliar.
O espaço onde Bolsonaro permanece detido foi recentemente reformado e conta com banheiro privativo, frigobar, televisão e armário.
Em audiência de custódia, o ex-presidente afirmou que tentou abrir a tornozeleira eletrônica por acreditar que havia uma escuta no equipamento, mas negou intenção de fuga. Segundo a Polícia Federal, o dispositivo apresentava sinais de queimadura e avarias.
Ao longo dos anos, Bolsonaro chegou a afirmar que nunca seria preso, embora mais recentemente tenha declarado estar preparado para a ação da Polícia Federal.
A prisão foi cumprida por volta das 6h na manhã de sábado, e o ex-presidente permanece na sede da PF aguardando os próximos passos da Justiça.
