
Santa Catarina enfrenta novos alertas nesta quarta-feira (10) devido ao ciclone que provocou fortes chuvas e transtornos no estado. Após causar estragos na terça-feira (9) — incluindo três mortes na Grande Florianópolis — o sistema agora se desloca pelo mar, na altura do litoral do Rio Grande do Sul, mas ainda influencia o tempo em SC.
A Defesa Civil aponta que temporais isolados podem voltar a ocorrer, principalmente no Sul do estado, devido à combinação entre umidade vinda do oceano e calor. O risco para destelhamentos, quedas de árvores, alagamentos e danos na rede elétrica é considerado baixo a moderado.
Com o afastamento do ciclone, porém, os ventos ficam mais fortes. Entre a madrugada e a manhã desta quarta, rajadas entre 60 e 80 km/h devem atingir grande parte do território catarinense, podendo chegar aos 100 km/h em áreas costeiras e serranas. Florianópolis está sob aviso laranja, que indica risco alto para danos estruturais.
O mar também deve ficar agitado entre quarta (10) e quinta-feira (11). No Litoral Sul, são esperadas ondas entre 3 e 3,5 metros, com picos de 4 metros em alto mar. Na Grande Florianópolis, as ondas variam de 2 a 3 metros. A recomendação é evitar pesca, navegação e esportes náuticos.
A chuva tende a perder intensidade ao longo do dia. Após acumulados acima de 150 mm em menos de 12 horas na Grande Florianópolis, a previsão para as próximas horas é de volumes menores. Ainda há grande concentração de nuvens no centro e leste do estado por influência de uma frente fria associada ao ciclone.
A instabilidade deve diminuir na quinta (11), mas uma nova frente fria promete trazer mais chuvas na sexta-feira (12).
Fenômeno é considerado atípico
Meteorologistas classificam o ciclone como incomum para dezembro, período em que sistemas extratropicais costumam ser menos frequentes. O fenômeno também se formou muito perto da costa, com baixa pressão e deslocamento lento — características que ampliaram o impacto no estado desde segunda-feira (8).
Dia de caos e três mortes na Grande Florianópolis
A terça-feira (9) foi marcada por alagamentos, deslizamentos, bloqueios em rodovias e prejuízos em diversas regiões. Palhoça decretou situação de emergência após volumes de chuva acima do esperado para todo o mês.
No município, três pessoas da mesma família morreram ao terem o carro arrastado por uma enxurrada no bairro São Sebastião. O veículo foi encontrado submerso no Morro do Gato, e as vítimas — um casal e a filha de um ano — não resistiram.
No Sul do estado, Balneário Rincão teve ruas inundadas e aulas suspensas, enquanto Içara registrou alagamentos e deslizamentos. Na Serra do Rio do Rastro, quedas de pedras deixaram a SC-390 em meia pista.
No Litoral Norte, cidades como Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú e Porto Belo montaram pontos de acolhimento devido à chuva intensa, vendavais e alagamentos. Em Balneário Camboriú, duas escolas tiveram salas e quadras invadidas pela água.
Florianópolis e região foram as áreas mais afetadas
A Grande Florianópolis registrou os maiores estragos, com alagamentos e bloqueios na BR-101. Em Biguaçu, a água cobriu totalmente a pista no sentido Sul, e outros trechos ficaram interditados nos dois sentidos. Na Capital, pontos como a saída da Ilha e vias do Centro registraram acúmulo de água e transtornos.
