
A) Minha última coluna. Chegamos ao fim de 2025 com a sensação de que o Brasil segue em permanente travessia. Foi um ano intenso, marcado por disputas narrativas, rearranjos de forças e pela insistente pergunta que ecoa nas ruas, nos plenários e nas redes: que país estamos construindo?
B) A política nacional viveu o paradoxo de avançar e tropeçar ao mesmo tempo. Avançamos quando o diálogo venceu a gritaria, quando o interesse público falou mais alto que a vaidade pessoal, quando instituições funcionaram como pontes — e não como trincheiras. Tropeçamos quando a polarização foi usada como método, quando a desinformação tentou substituir o debate e quando a política se afastou da vida real das pessoas.
C) Nos estados e municípios, 2025 mostrou que a boa política ainda nasce perto do cidadão. Prefeitos e vereadores que ouviram mais do que falaram colheram resultados; os que governaram apenas para as redes sociais ficaram reféns do próprio ego. A lição é antiga, mas sempre atual: política se faz com presença, trabalho e responsabilidade.
D) Por aqui vimos esforços hercúleos para manter a máquina funcionando e em linha reta. Foram adotadas metas para equilibrar as rotas financeiras e administrativas. Terminamos o ano respirando ainda, com uma dívida enorme como herança, que já consumiu mais de 25 milhões de pagamentos extras devido às dívidas. Mas, ao mesmo tempo, a dívida está controlada. Teve lançamentos e realizações de muitas obras de infraestrutura, mesmo com poucos recursos, e novas perspectivas em várias áreas que prometem muito mais.
E) Áreas sensíveis tiveram e deram resultados, como a Saúde, a Educação, no Social, na Fazenda, Defesa Civil e Infraestrutura, bem como na área da Agricultura. Já outras ficaram na média, mas pouco evoluíram, permaneceram como começaram. Tem aquelas áreas que ficaram muito abaixo da média, que urgentemente têm que analisar sua continuidade ou não, avaliadas com critério e resultados. Problemas sérios como a questão da coleta de lixo, mesmo com muito esforço e sofrimento, teima em não querer ter seu fim. Porém, com a abertura da nova licitação, tudo se resolverá com certeza. Paciência e tolerância é a tônica do momento, esperando um 2026 com muito mais experiência em todas as áreas.
F) Muitas ações, obras mal feitas no passado, que estão sendo questionadas na Justiça. Vêm novidades por aí. Com tudo isso, entre encontros e desencontros, não podemos deixar de citar a presença constante do governador Jorginho aqui em Tubarão, sempre trazendo bons recursos, só este ano mais de 130 milhões de reais, fora as emendas parlamentares que deram o toque da sua importância e realizações. Enfim, a decisão do PL em não lançar candidatura própria na eleição do ano que vem, preferindo agradar a todos e tentar dobrar as emendas tão importantes. Estas foram apenas umas lembranças de como foi o ano por aqui, e tem muitos mais.
G) O Congresso, por sua vez, refletiu o país plural que somos — com virtudes e contradições. Houve pautas relevantes, debates necessários e também excessos. Em tempos de tensão, a maturidade democrática não se mede pela ausência de conflitos, mas pela capacidade de resolvê-los dentro das regras do jogo.
H) Encerrar 2025 é reconhecer que a democracia brasileira continua viva, ainda que cansada. Precisa de cuidado, de verdade e de coragem. Cuidado para proteger as instituições; verdade para enfrentar os problemas sem maquiagem; coragem para fazer escolhas impopulares, porém justas.
I) Que 2026 nos encontre menos movidos pelo ódio e mais comprometidos com soluções. Que a política volte a ser instrumento de transformação — e não de divisão. E que nós, cidadãos, sigamos vigilantes, críticos e participantes, porque a democracia não se encerra em dezembro: ela se renova todos os dias.
UM ATÉ BREVE
Chega um momento em que a palavra precisa descansar. Esta é a última coluna, o ponto final de um espaço que por 6 anos foi ponte entre o pensamento e o leitor, entre a inquietação e o diálogo.
Escrever aqui nunca foi apenas opinar. Foi assumir responsabilidade, provocar reflexões, registrar o tempo e, muitas vezes, dizer o que precisava ser dito, mesmo quando não era o mais fácil. Houve concordâncias, críticas, silêncios e debates — todos legítimos, todos parte do caminho.
