Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra a dificuldade enfrentada pela moradora de Tubarão, Laura Boppré, ao conseguir corridas por aplicativos. Laura, que vive no bairro Passagem, é deficiente visual e utiliza um cão-guia para ter autonomia. Contudo, ela enfrenta uma situação complicada, onde os motoristas se recusam a levá-la com o seu cão-guia, mesmo existindo uma Lei Federal que garante que pessoas com deficiência visual tenham direito de entrar ou permanecer em todos os meios de transporte acompanhadas de seu cão-guia, sem barreiras ou exigências ilegais. O vídeo mostrando a dificuldade de Laura foi compartilhado pela sua filha nas redes sociais. Confira abaixo:
 

Em suas redes sociais, a filha, Marcella Braga, desabafou: “Absurdo!!! Aceitar uma corrida de Uber, e quando chegar no local, cancelar a corrida porque o passageiro é deficiente visual e está portando um cão guia é um absurdo!!! Compartilhem, levem informação! É lei federal, é direito! Lei Federal nº 11.126/2005 garante que pessoas com deficiência visual têm o direito de entrar e permanecer em todos os meios de transporte acompanhadas de seu cão-guia — sem barreiras ou exigências ilegais. Essa lei é regulamentada pelo Decreto nº 5.904/2006”, escreveu Marcella em seu instagram.

Laura Boppré, em entrevista para a reportagem do HC, relata a dificuldade enfrentada para conseguir transporte por corridas de aplicativo. “É uma situação que realmente tem acontecido com frequência. Eu sempre coloco a mensagem ali que eu estou com o cão-guia, né? A maioria dos motoristas, quando eles lêem a mensagem, cancelam. Me fazem esperar por um tempo e acabam cancelando”, relata Laura. Ela também descreve situações onde o motorista vai até o local onde ela está e se recusa a fazer a corrida quando nota o cão-guia. 
 

“Teve uma noite que estava chovendo muito e quando é noite eu estou cega total, né? Em função do problema que eu tenho, cegueira noturna também. Tava chovendo muito e o motorista disse ‘ah não, com o cão eu não vou levar’. Eu falei ‘moço, é um cão guia, eu tô nessa situação aqui sozinha de noite com chuva’ e ele respondeu ‘não, eu não vou levar’. Foi a primeira situação que aconteceu. Depois teve outras em que o motorista veio até o local e quando viu que eu estava com o cão, desistiu. Os cancelamentos são vários”, relata a moradora.

 
“Tem acontecido com frequência, eu estou esgotada, sabe? Me sentindo humilhada. Poxa, eu ganhei o cão-guia para ter autonomia, mas eu não consigo sair com ela porque eu dependo de Uber. Tem lugares que eu dependo de Uber, né? Nem todo lugar eu posso ir à pé com ela. Então, a autonomia que eu ganhei com o cão-guia, eu estou perdendo por conta da Uber, dos motoristas”, desabafa Laura.